Israelense que traficava brasileiros por órgãos é preso em Roma

8 jun 2013 - 15h56
(atualizado às 16h02)
<p>Tauber foi preso na quinta-feira pela polícia italiana, quando tentava entrar em Roma vindo dos EUA</p>
Tauber foi preso na quinta-feira pela polícia italiana, quando tentava entrar em Roma vindo dos EUA
Foto: PF-PE / Divulgação

A polícia italiana prendeu em Roma um homem condenado por participar do tráfico de 47 brasileiros para Israel e para a África do Sul. Gedalia Tauber, 77 anos, é ex-oficial do exército e estava foragido desde 2009, quando recebeu autorização da Justiça de Pernambuco para viajar por 30 dias, mas não voltou ao País, segundo informações divulgadas neste sábado pela Polícia Federal do Estado.

Brasileiros concordavam em doar rim por R$ 5 a R$ 30 mil, enquanto traficantes recebiam até 20 vezes mais
Foto: PF-PE / Divulgação

Tauber fazia parte de uma quadrilha que aliciava brasileiros pobres de Recife e do interior pernambucano para fazer cirurgia de retirada de rins em Israel. No país do Oriente Médio, o governo paga US$ 150 mil de reembolso para procedimentos do gênero. Os brasileiros assinavam um termo alegando que o receptor do órgão era um parente, e ganhavam entre R$ 5 mil e R$ 30 mil, enquanto o restante do valor era dividido entre a quadrilha - somando até 20 vezes mais do que o vendedor do rim.

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Segundo a PF de Pernambuco, Tauber tentava entrar em Roma na quinta-feira, vindo de um voo de Boston, nos Estados Unidos, quando policiais locais desconfiaram que o passaporte do ex-oficial era falso e verificaram a base de foragidos. A PF-PE agora busca trabalhar junto ao juiz italiano a extradição do preso para o Brasil.

Gedalia Tauber, ex-oficial israelense, é um dos dois condenados e presos em seu país por fraude do sistema público de saúde
Foto: PF-PE / Divulgação

O israelense tinha um parceiro de mesma nacionalidade, e foi preso e condenado ao lado de 20 médicos e enfermeiros sul-africanos, que realizavam as cirurgias. No Brasil, 12 aliciadores também foram punidos graças à operação Bisturi, que durou de maço a dezembro de 2003. Com as 47 pessoas levadas ao Hospital Sant Agostini, em Durban, na África do Sul, a polícia estima que o grupo desviou cerca de US$ 4 milhões do governo de Israel.

"O combate à criminalidade deve avançar contra os obstáculos das fronteiras no mundo atual, e para isso se faz relevante que a população, ao tomar conhecimento de uma conduta de tráfico de pessoas e órgãos, originado ou tendo o Brasil como destinatário, por exemplo, acionem os operadores da persecução penal", afirmou em nota o delegado Paulo André Albuquerque de Souza.

Fonte: Terra
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