A bacharela em Direito Camila Mayumi Kanayama, de 26 anos, foi presa suspeita de matar a própria mãe, Doraci do Rocio Kanayama, de 58 anos, em Ponta Grossa, no Paraná, na noite da última quinta-feira, 9. Segundo a Polícia Civil, Camila confessou o crime, mas alegou ter agido em legítima defesa. A vítima chegou a ligar para o outro filho pedindo por socorro.
O crime aconteceu por volta das 22h30, na residência da família, localizada na Rua Amazonas, na região da Vila Estrela, área nobre da cidade.
O delegado Fernando Jasinski, da 13ª Subdivisão Policial, em Ponta Grossa, informou ao Terra que Doraci teria sido esfaqueada pela filha e chegou a ligar para o outro filho pedindo por socorro. O rapaz, que estava fazendo caminhada, foi rapidamente para casa e encontrou marcas de sangue no chão. Em seguida, arrombou o quarto em que a mãe estava e a encontrou caída e ferida.
No local, ele também afirma que encontrou a irmã, em posse de uma faca. Ele chegou a entrar em luta corporal com a investigada, mas ela conseguiu fugir.
"Ela supostamente teria tentado justificar o crime para o irmão, contudo, ela conseguiu escapar, até porque o irmão tentou prestar socorro para a mãe. [Mas] a vítima acabou não resistindo aos ferimentos, tendo sido golpeada diversas vezes pela sua filha", informou a autoridade policial.
À polícia, o irmão afirmou que Camila faz tratamento psiquiátrico e psicológico. Segundo ele, outros episódios de violência cometidos pela irmã contra a mãe já haviam sido registrados.
A jovem foi presa na sexta-feira, 10, em Curitiba (PR), após a Guarda Municipal ser acionada por funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campo Comprido, onde ela teria dado entrada utilizando um nome falso. Ela estava com um dos olhos roxo.
"A suposta autora esteve em uma UPA lá de Curitiba relatando que teria sido vítima de agressões ocorridas em um motel, mas houve a desconfiança da versão apresentada", disse o delegado.
Em seguida, a Polícia Militar também foi acionada ao local. A suspeita recebeu atendimento médico e foi encaminhada à Central de Fragrantes do município, onde foi autuada em flagrante.
Jovem alega legítima defesa
Em depoimento à Polícia Civil, Camila alegou ter agido em legítima defesa. Um vídeo gravado pela corporação ao qual o Terra teve acesso mostra como ela detalhou o crime.
"Foi em legítima defesa. Ela chegou, eu falei 'será que agora posso ter meu celular de volta?' e ela falou 'não sei, vamos conversar'. Daí nisso ela foi e pegou uma máquina de choque no quarto dela e começou a me dar várias laseradas, não sei como chama. Eu falei 'para, para, para' e ela não parava. Aí tentei tomar dela, ela pegou uma faca e eu tomei a faca da mão dela", disse ela, alegando não se recordar quantos golpes deu na mãe. "Não me lembro bem direito o que aconteceu", acrescentou.
Camila ainda alegou ter tentado socorrer a mãe depois, mas afirma que o irmão mandou ela sair de lá. "Ele puxou meu cabelo e começou a me espancar. Eu vi que não iria poder ajudar e saí. [...] Eu chorei bastante [pelo que aconteceu]", afirmou.
O caso continua sob a investigação da Polícia Civil. Outras testemunhas ainda serão ouvidas e a suspeita permanece presa preventivamente.