Maria Cristina de Araújo Rocha, de 77 anos, que foi presa em flagrante na quarta-feira, 18, depois de cometer injúrica racial contra um agente da Polícia Federal (PF), foi solta após uma decisão do juiz Marcelo Duarte da Silva, da 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
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Em contradição ao posicionamento do Ministério Público Federal, que solicitou a conversão da prisão em flagrante para preventiva, Marcelo autorizou a soltura de Maria Cristina e concedeu liberdae provisória a mulher, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
"O crime imputado à custodiada não foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, pelo que a soltura, ao menos em princípio, não trará riscos à ordem pública além daqueles a que a sociedade está obrigada a suportar diariamente", diz a decisão.
A idosa foi presa em flagrante depois de chamar um agente federal de "macaco". O crime ocorreu quando ela, que é filha de militar, tentava deixar uma coroa de flores na calçada da residência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Paulo.
O presidente se recuperava de uma cirurgia para drenar um hematoma intracraniano que fez na última semana. O chefe do Executivo já retornou a Brasília.
Segundo informações do jornal O Globo, a mulher é filha de um general do Exército e recebe desde 2004 uma pensão de R$ 14,5 mil. Presente em manifestações bolsonaristas e direitistas já há algum tempo, em 2020, ela levou um taco de beisebol, no qual estava escrito “Rivotril”, para um ato na Avenida Paulista. Ela precisou ser retirada por policiais militares.
Esta não é a primeira vez que Maria Cristina é detida por injúria racial. Seu antecedente criminal mostra que ela cometeu o mesmo crime contra um diplomata chinês. Ela precisará cumprir uma série de medidas cautelares.
Além de estar proibida de viajar para fora do Brasil, Maria Cristina, que tem cidadania suíça, não poderá chegar a menos de 200 metros da casa de Lula e deverá obedecer a um recolhimento domiciliar noturno.