A Justiça do Rio de Janeiro aceitou pedido feito pela Secretaria de Segurança Pública do Estado para transferir o traficante Alexander Mendes da Silva, conhecido como Polegar, para um presídio de segurança máxima federal. A solicitação foi deferida no último dia 6, mas divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) apenas nesta terça-feira.
Ex-chefe do tráfico na Mangueira, zona norte da capital fluminense, Polegar foi preso no Paraguai em 2011. Ele estava detido na penitenciária federal de Porto Velho, mas foi transferido para a penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, Bangu 1, no Rio de Janeiro, no dia 10 de janeiro.
De acordo com a decisão, Polegar responde pela suposta prática do delito de cárcere privado qualificado, juntamente com outros 19 corréus, dois dos quais são acusados de homicídio duplamente qualificado que vitimou um agente penitenciário.
A decisão da Justiça fluminense destaca ainda que o contexto em que ocorreu a empreitada criminosa, de rebelião para fuga de presos na penitenciária de Bangu III, ilustra o grau de periculosidade e temibilidade dos envolvidos.
"Trata-se de acusado extremamente perigoso, envolvido em vários crimes de violência e grave ameaça, pertencente à cúpula de uma organização criminosa 'Comando Vermelho', estando envolvido em incidentes de fuga e rebelião. Todos esses fatos me permitem autorizar a transferência pleiteada a fim de salvaguardar a segurança pública", destacou o juízo na decisão.
Procurada, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) fluminense informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre a transferência do traficante.
Ousadia no crime
Polegar ficou conhecido em 2001, quando liderou uma das ações mais ousadas do crime organizado carioca. Para arrebentar uma das paredes da Polinter e liberar 14 presos, ele usou um caminhão.
Em janeiro de 2002, o traficante foi capturado no Ceará, mas só ficou preso por nove meses. Depois de sair da prisão, Polegar atacou uma delegacia, o Palácio Guanabara e o shopping RioSul, em Botafogo. O objetivo dos ataques foi distrair a polícia para garantir o êxito em sua fuga e na de outros integrantes de seu bando.
Condenado a 22 anos por tráfico de drogas e associação para o tráfico, Polegar obteve o benefício do regime semiaberto em 2009 e fugiu. Há suspeitas de que estivesse no Complexo do Alemão durante a invasão das forças de segurança durante a implantação das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs).