Além de reforçar o policiamento em todas as áreas da cidade, de acordo com o aumento da violência, o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, está enfrentando uma batalha com a Justiça Federal. Nesta sexta-feira ele soube que uma juíza de Rondônia autorizou o retorno ao Rio do ex-deputado pelo PMDB, Jerominho, preso após ser julgado e condenado por ligação com o grupo miliciano chamado de Liga da Justiça e que atuava na zona oeste da cidade. “Estamos em um trabalho de tentar afastar essas pessoas do Rio e a justiça vai e autoriza o Jerominho a voltar”, lamentou, afirmando que vai tentar através do Ministério da Justiça que a decisão seja revista.
Beltrame e o governador Luiz Fernando Pezão estão dispostos a tirar do Rio qualquer um que seja preso atacando policiais. “Já falei aos líderes de nossa bancada em Brasília para que em breve consigamos alterar o código penal para que a punição a essas pessoas seja mais severa”, afirmou Pezão durante visita nesta sexta-feira ao Complexo do Maré. “Isso aqui era uma cidade de 130 mil habitantes que estava sob o jugo do tráfico e não podemos permitir isso”, disse o governador, que visitou uma praça e um Ciep na Baixa do Sapateiro e pôde ver as casas crivadas de tiros de fuzil, muito lixo pelas ruas e uma situação caótica na fiação. Pezão ouviu de alguns moradores pedidos para mais escolas profissionalizantes na região.
O secretário de segurança afirmou que vai seguir encaminhando ao Ministério da Justiça pedido para que traficantes sejam levados a presídios federais. Pezão foi além e disse que não só traficantes podem ser tirados do Estado. “Mas todo aquele que depredar patrimônio público, privado ou atacar policiais”, disse, em clara referência às manifestações que podem voltar a sacudir a cidade durante a realização da Copa do Mundo no próximo mês de junho e julho.
Greve da civil
O governador disse desconhecer qualquer prazo dado por policiais civis para que ele envie à Assembleia Legislativa um reajuste para categoria. “Já sentei e conversei com as lideranças e posso voltar a conversar. Mas este é um ano fiscal e não posso fazer loucuras e prejudicar todo o funcionalismo público”, afirmou, dizendo ter intenção de voltar a negociar antes do próximo dia 15, prazo dado pelos policiais civis. “Já disse quando assumi que pretendo valorizar sempre o funcionalismo público”, disse.