Justiça decreta prisão preventiva de acusados de morte de cinegrafista

20 fev 2014 - 19h18
(atualizado às 19h27)

A Justiça fluminense aceitou nesta quinta-feira a denúncia apresentada na última segunda-feira pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra os dois jovens acusados pela morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, Fábio Raposo e Caio Silva de Souza. Eles foram denunciados pela promotora Vera Regina de Almeida pelos crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado, praticado por motivo torpe, com impossibilidade de defesa da vítima e com emprego de explosivo. Além da denúncia, o pedido de prisão preventiva de ambos também foi aceito.

Caio Silva de Souza e Fábio Raposo são acusados de terem acendido e soltado o rojão que provocou a morte de Santiago. Os dois estão presos no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. O inquérito do delegado Maurício Luciano, responsável pelas investigações do caso, foi entregue ao Ministério Público na sexta-feira (14).

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Segundo a denúncia, “Fábio e Caio foram caminhando, lado a lado, com camisas enroladas na cabeça, estando Fábio ainda se utilizando de uma máscara à prova de gás, até próximo ao local onde o rojão foi acionado. Fábio, então, entregou o artefato para Caio e se posicionou de forma a poder observar o resultado de sua ação criminosa. Caio colocou o rojão em um canteiro e o acionou, afastando-se correndo do local”.

Outro trecho da denúncia afirma que os dois jovens dividiram previamente suas tarefas em meio ao protesto e que ambos tinham como objetivo ao acender o rojão “causar um grande tumulto no local, não se importando se, em decorrência dessa ação”. ”Com Fábio entregando para Caio o rojão com a finalidade, previamente por ambos acordada, de direcioná-lo ao local onde estava a multidão e os policiais militares e, assim, causar um grande tumulto no local, não se importando se, em decorrência dessa ação, pessoas pudessem vir a se ferir gravemente, ou mesmo morrer, como efetivamente ocorreu”.

Na quinta-feira, o advogado dos acusados questionou o depoimento de Caio de Souza à polícia. Para Jonas Tadeu Nunes, o jovem, identificado pela polícia como o responsável por acender o rojão que vitimou o cinegrafista pode ter sido coagido a depor uma vez que já havia manifestado o desejo de falar apenas em juízo. 

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Cinegrafista morre atingido em protesto

O cinegrafista Santiago Andrade foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação.

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De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela secretaria no início da tarde de 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital onde ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva.

Fonte: Terra
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