Justiça do RJ decreta prisão preventiva de 9 envolvidos em vandalismo

Homens foram presos em flagrante logo depois de invadirem e depredarem concessionária de automóveis durante protesto

24 jun 2013 - 17h04
(atualizado às 18h01)

A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva dos nove homens presos em flagrante, na noite de sexta-feira, participando de saques e depredações em uma concessionária de carros na avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca. A situação ocorreu no mesmo momento que um protesto era realizado na avenida das Américas, a principal da zona oeste do Rio de Janeiro.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

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O delegado titular da 32ª DP (Taquara), Antônio Ricardo, alegou que a prisão preventiva era fundamental para garantir a ordem pública, já que o objetivo do grupo não era manifestar, mas promover furtos e vandalismo. Em depoimento na delegacia, alguns presos confessaram que a intenção deles era apenas promover quebra-quebra e furtos enquanto ocorria a passeata.

Aleksandro Xavier da Conceição, 26 anos; Alex Rosa da Conceição, 18 anos; Matheus Teixeira de Aguiar, 18 anos; Francisco de Assis Lemos da Silva, 19 anos; Alexander Menezes de Carvalho, 19 anos; Yuri de Melo Mota, 20 anos; Romário da Silva dos Santos, 19 anos; Jeferson Nilson Barbosa de Souza, 25 anos, e William Costa Sobral, 21 anos, foram indiciados e vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, furto qualificado, dano ao patrimônio e corrupção de menores. Junto com o grupo também foram apreendidos cinco menores de idade.

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O bando foi preso enquanto caminhava pela avenida Abelardo Bueno. Aleksandro da Conceição já tinha um mandado de prisão pendente por tráfico de drogas. Na semana passada, a Justiça havia negado pedidos de prisão preventiva contra supostos participantes dos atos de vandalismo ocorridos no final de outra passeata, no centro do Rio.

Na ocasião, ocorreu a depredação da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), que causou um prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões. O juiz que julgou o pedido alegou que não era possível definir que todos os indiciados haviam participado ativamente do confronto.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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