A professora de filosofia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Camila Jourdain, presa em junho por suposta ligação com protestos de black blocs que seriam feitos no dia da final da Copa do Mundo de 2014, foi impedida pela justiça de ir, nesta sexta-feira, até Uberlândia, em Minas Gerais, onde faria uma palestra sobre as manifestações de junho e os movimentos sociais no País.
O juiz da 27ª Vara Criminal do Rio, Flavio Itabaiana, disse, na decisão, que uma das medidas cautelares impostas pela 7ª Câmara Criminal para liberar a professora da prisão foi a proibição qualquer participação sua em manifestações ou protestos. “A palestra é sobre aquilo que a aludida ré está proibida de frequentar, não parecendo razoável, pois, autorizá-la a se ausentar da Comarca do Rio de Janeiro para este tipo de palestra, que, inclusive, pode resvalar, em tese, para a apologia ao crime”, diz o juiz, apesar do Ministério Público não ter se manifestado contra a viagem de Camila.
Camila Jourdan responde por formação de quadrilha e por possuir e armazenar artefatos explosivos e gasolina em garrafa plástica, que, de acordo com as investigações, seriam usadas como coquetel molotov em protestos no dia da final da Copa do Mundo. O juiz ainda marcou a audiência para o caso de Camila para o próximo dia 16 de dezembro, às 13h, quando ele deve ouvir testemunhas de acusação.
A professora foi presa em uma operação da polícia no último dia 11 de junho junto com outros 11 ativistas. Entre eles a produtora de cinema, Elisa Quadros, conhecida como Sininho. Todos foram presos uma semana depois.