MA: detentos da penitenciária de Pedrinhas fazem motim

23 jan 2014 - 23h43
(atualizado às 23h46)
Viatura da Força Nacional entra no complexo penitenciário de Pedrinhas para conter motim de presos
Viatura da Força Nacional entra no complexo penitenciário de Pedrinhas para conter motim de presos
Foto: Clodoaldo Corrêa / Especial para Terra

Um motim foi iniciado no complexo penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, no início da noite desta quinta-feira. Pelo menos um preso ficou ferido. 

A rebelião começou após uma revista com a participação da Polícia Militar à tarde. A confusão se concentrou no pavilhão Alpha.

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A movimentação foi intensa na porta da penitenciária. "Eles não dão nenhuma informação pra gente. Só chamam depois que um parente da gente morre é que eles chamam", afirmou a mãe de um detento, que se identificou apenas como Leia. Por volta das 20h, parentes de presos bateram no portão e fizeram muito barulho cobrando informações. 

A Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) ainda não se manifestou sobre o princípio de rebelião. 

Violência no Maranhão

O Estado do Maranhão enfrenta uma crise dentro e fora do sistema carcerário que tem como principal foco o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 59 detentos foram mortos no presídio somente em 2013, o que revelou uma falta de controle no local.

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No dia 3 de janeiro, uma onda de ataques a ônibus em São Luís mobilizou a Polícia Militar nas ruas da capital maranhense e dentro do presídio, já que as investigações apontam que as ordens dos atentados partiram de Pedrinhas.

Nos ataques do dia 3, quatro ônibus foram incendiados e cinco pessoas ficaram feridas, incluindo a menina Ana Clara Santos Sousa, 6 anos, que morreu no hospital alguns dias depois, com 95% do corpo queimado.

A questão dos problemas no sistema prisional maranhense ganhou mais destaque no dia 7 de janeiro, quando o jornal Folha de S. Paulo divulgou um vídeo gravado em dezembro, onde presos celebram as mortes de rivais dentro do complexos. Após essas imagem de presos decapitados serem divulgadas, o governo Roseana Sarney passou a ser pressionado pela Organização das Nações Unidas, pela Anistia Internacional, pelo CNJ e até pela Presidência da República.

No dia 10 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff divulgou pelo Twitter que “acompanha com atenção” a questão de segurança no Maranhão. O Governo Federal passou a oferecer vagas em presídios federais, ao mesmo tempo em que a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) visitou o complexo de Pedrinhas.

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No dia 14 de janeiro, um grupo de advogados militantes na defesa dos direitos humanos protocolou na Assembleia Legislativa do Maranhão um pedido de impeachment contra a governadora Roseana Sarney. Segundo o grupo, composto por nove advogados de São Paulo e três do Maranhão, a governadora incorreu em crime de responsabilidade porque não teria tomado providências capazes de impedir a onda de violência que deixou mortos e feridos dentro e fora do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, desde o início do ano.

Em 16 de janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), decidiuarquivar o pedido de impeachment após parecer técnico da assessoria jurídica da Casa. O arquivamento do processo foi feito sob a justificativa de que o pedido "é inepto e não tem condições de ser conhecido".

Fonte: Especial para Terra
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