O Ministério Público denunciou 16 pessoas, incluindo policiais militares e uma agente da Polícia Civil, por formação de milícia, lavagem de dinheiro e extorsão de trabalhadores autônomos na região do Brás, no Centro de São Paulo. Nove já foram presos. A Justiça ainda não se manifestou sobre o caso, mas caso aceite, eles se tornarão réus no processo.
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A denúncia é derivada da Operação Aurora, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), realizada no último dia 16. A investigação teve início após o órgão, vinculado ao MP, receber um ofício da Corregedoria da PM denunciando que agentes de segurança pública exigiam e recebiam pagamentos periódicos para permitir a atuação de comerciantes na região do Brás, conhecida pelo comércio popular.
“Assim que recebemos o relato gravíssimo das vítimas instauramos um inquérito para apurar as denúncias. Foi realizado um trabalho intenso que comprovou as práticas. Pedimos a quebra de sigilo dos policiais e conseguimos todas as provas para embasar o inquérito”, explicou o coronel Fábio Sérgio do Amaral, corregedor da PM, na época.
Uma das testemunhas ouvidas relatou que trabalha nas imediações da Rua Tiers há seis anos e que, recentemente, um grupo de pessoas passou a exigir o pagamento adiantado no valor R$ 15 mil por ano e mais R$ 300 por semana para autorizar sua permanência no local.
A investigação também descobriu que uma escrivã da Polícia Civil, que já foi companheira de um sargento da PM, foi flagrada com outras pessoas fazendo a extorsão de forma organizada, “promovendo intimidação dos comerciantes e mostrando vínculos profundos com a organização criminosa que ali atua”. Entre os policiais envolvidos no esquema, estariam agentes na ativa e também reformados.