O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou à Justiça 19 pessoas acusadas de envolvimento em um esquema criminoso que movimentou R$ 8 bilhões por meio de um "banco do crime" e utilizou outras 19 empresas para financiar candidaturas de membros de uma facção nas eleições municipais de São Paulo. As informações são do colunista Josmar Jozino, do UOL.
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Mais de R$ 8,1 bilhões já tinham sido bloqueados das contas dos investigados após a deflagração da Operação Decurio, conduzida pela Polícia Civil em agosto deste ano em 15 cidades paulistas. Segundo a polícia, as investigações revelaram um plano de infiltração de integrantes da facção nas eleições municipais, com o lançamento de candidatos a cargos públicos.
A operação visou desarticular a organização criminosa, que também é envolvida nos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros delitos. Ao todo, foram efetuadas 13 prisões e diversas apreensões de celulares, notebooks, tablets, armas de fogo, munições, R$ 25 mil em dinheiro e US$ 4,6 mil, relógios de luxo, além de oito veículos.
As investigações começaram com a prisão de uma mulher, responsável pelo armazenamento de drogas na região de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Ela é esposa de um dos líderes da facção e atuava como intermediária entre os membros encarcerados e aqueles em liberdade.
Por meio da apreensão de cartas, documentos e dispositivos eletrônicos, os policiais conseguiram identificar vários membros do grupo, resultando na expedição dos mandados pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Direitos da Capital.
As investigações também revelaram um esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Além disso, foi confirmada a infiltração de membros da facção nas eleições municipais, com ao menos uma servidora pública identificada como parte do alto escalão da organização.
Aproximadamente 400 policiais participaram da operação, atuando em diversas cidades, incluindo São Paulo, Mogi das Cruzes, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Santo André. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou ao Terra que a investigação continua em andamento pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) de Mogi das Cruzes para a identificação de outros envolvidos.
A reportagem também entrou em contato com o Ministério Público de São Paulo, mas não obteve nenhum retorno.