O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) reabriu o caso sobre a morte do pedreiro Amarildo de Souza – desaparecido em julho de 2013 na favela da Rocinha – para investigar se 10 policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), unidade de elite da PM carioca, estiveram envolvidos na ocultação de cadáver do pedreiro. As informações são do Jornal Nacional.
Imagens de segurança da região mostram que, no dia 14 de julho, cinco horas após Amarildo ter sido levado por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha para a sede da unidade, o Bope foi chamado por supostamente existir ameaça de ataque de traficantes contra policiais. Segundo o MP, escutas telefônicas mostram que não existia a preocupação dos policiais de um confronto.
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No mesmo momento em que quatro viaturas da unidade de elite da PM se dirigiam à região, policiais que estavam trabalhando foram dispensados. Na sede da UPP, às 00h24, o GPS – sistema de monitoramento por satélite – de uma das caminhonetes foi desligado. Este veículo deixa, junto com outro, às 00h24, a base.
Imagens de outra câmera mostram que em uma das caminhonetes em movimento estão dois policiais em pé na caçamba e um sentado. Na segunda, com o rastreador desligado, estão dois de pé e dois sentados. Ao tratarem as imagens com tecnologia, peritos descobriram um volume enrolado em uma capa preta. O MP desconfia que possa ser o corpo de Amarildo enrolado em uma capa de moto, versão compatível com depoimentos de policiais que cooperaram com as investigações.
As viaturas fazem um trajeto de cerca de seis minutos, no qual elas param por cerca de dois minutos em um ponto cego, sem câmeras. Apenas 58 minutos após ter sido desligado, o GPS volta a funcionar. O MP já denunciou 20 policiais militares da UPP pela tortura e morte do morador da comunidade.