Um investigador da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, de 41 anos, foi detido por suspeita de estuprar e ameaçar uma mulher de 28 anos, que estava presa, dentro da delegacia da cidade de Sidrolândia (MS), segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
Conforme a Corregedoria da Polícia Civil ao jornal, a mulher disse que foi retirada da cela em dois dias de abril, levada pra a sala lilás – local em que prestam atendimento a vítimas de violência –, e estuprada pelo investigador. O policial também ameaçou a vítima, dizendo que a buscaria onde quer que fosse para matá-la e "que iria atrás dela até o inferno".
O caso foi descoberto após outros presos estranharem o que estava acontecendo, questionarem a detenta e contarem os abusos ao delegado. Antes de ser denunciado, o policial ainda tentou comprar o silêncio dos presos com um celular, entregue na cela.
Atualmente, o investigador está detido em cela da 3ª Delegacia de Polícia de Campo Grande e, além da denúncia criminal, responde a processo administrativo e foi afastado do cargo. Ele foi preso no dia 12 de abril e nega as acusações, segundo à Corregedoria. O advogado do policial, Márcio Sandim, disse à Folha que não poderia falar sobre o caso porque tramita em segredo de Justiça.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul à Justiça de Sidrolândia no dia 25 de abril e aceita no dia 27. O policial é acusado de estupro, importunação sexual e violência psicológica contra mulher em crimes previstos no Código Penal, e tortura, ainda de acordo com o jornal.
Depois do caso chegar à Corregedoria, câmeras da delegacia foram verificadas e imagens da mulher sendo retirada da cela e até da entrega do celular aos presos foram encontradas.
A vítima foi retirada da delegacia e levada para um hotel em Sidrolândia. Em seguida, ela foi liberada pela Justiça e vai responder ao inquérito e futura denúncia de tráfico de drogas em liberdade. A mulher foi flagrada em uma van, vindo para São Paulo, que levava pacotes com pasta base e maconha.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, ela disse que voltou para sua cidade natal, no Nordeste, e que está tentando se reerguer. A mulher falou ainda que, sempre que fecha os olhos, relembra o que aconteceu. Ela negou as acusações de tráfico.