Um bebê recém-nascido, ainda preso à placenta, foi atirado pela janela de um carro em uma das avenidas mais movimentadas de Cuiabá (MT), a Miguel Sutil, na quinta-feira, por volta das 21 horas.
O veículo que vinha em seguida, em alta velocidade, sem perceber o que tinha na pista, teria atropelado o recém-nascido.
O fato atraiu dezenas de populares. Várias viaturas da Polícia Militar isolaram a área. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), quando chegou ao local, confirmou o óbito da criança.
O bebê estava envolto num saco plástico.
Imagens de câmera pública no local flagraram uma pickcup Toyota Hilux suspeita e, através da placa, imediatamente a PM começou a rastreá-la, em sentido a Várzea Grande, cidade vizinha a Cuiabá. A placa seria de uma outra cidade do interior, Tangará da Serra, que fica a cerca de 240 quilômetros da capital mato-grossense.
A Polícia Civil, através da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), já está investigando o caso. Ainda não há informações sobre quem teria praticado o crime.
A delegada Anaíde de Barros, titular da DHPP, está neste momento no Instituto Médico Legal (IML), acompanhando a necropsia, para qualificar o crime, se ficará configurado como aborto ou infanticídio. Os dois delitos têm tipificação diferentes, sendo o segundo considerado mais violento e a pena é maior.
O infanticídio é o assassinato de uma criança, principalmente recém-nascida. O Código Penal fala em “matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após”. Já o aborto, como é notório, é o ato de tirar a vida do bebê, em fase gestacional.
A delegada Anaíde vai avaliar o repasse deste inquérito à Dedica, que é a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, de Cuiabá.