Antônio Fernando Oliveira, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, negou que a corporação esteja fracassando em uma tentativa de mudança de cultura no Rio de Janeiro. Na noite de véspera de Natal, Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na cabeça durante abordagem da PRF.
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“Não acredito de forma alguma que estamos fracassando. Nossos números mostram o sucesso da implementação desses novos posicionamentos, da revisão da doutrina de ensino da gente. Temos dados e números que mostram isso”, disse ao Estúdio i, da GloboNews.
Oliveira argumentou citando uma queda no número de letalidade policial nos últimos dois anos. Como medidas, ele ainda mencinonou a criação de comissões de direitos humanos e de controle de letalidade, e o uso de câmeras corportais em uniformes dos agentes além de reforços nos treinamentos do cotidiano.
O diretor-geral da PRF também destacou que casos como o de Juliana devem ser vistos como únicos, o que ele explicou como diferente de isolados.
“É lógico que jamais vamos aceitar como um caso isolado ou qualquer coisa desse tipo. Entendemos, sim, que eventos como esse não devem acontecer. Mas a gente não pode analisar toda a aplicação de uma doutrina apenas por um aspecto. Temos que analisar como um todo. E, como um todo, a gente vê que tem sido bem recepcionado pelo nosso efetivo. Cada ação dessa em particular, embora tenha um aspecto de semelhança, tem que ser analisada como única, não como caso isolado, mas como única. Por isso, a gente determina o apuratório disciplinar para que se chegue à verdade real dos fatos”, completou Oliveira.
Juliana está internada com quadro gravíssimo, de acordo com nota da Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias. Ela deu entrada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), às 21h12 de terça, e passou por um procedimento no centro cirúrgico.
Pai da moça e motorista do carro no momento da abordagem, Alexandre de Silva Rangel foi atingido na mão, mas não teve gravidade e passa bem.
Procurada, a PRF informou que já afastou os agentes envolvidos no caso e abriu um inquérito para apurar o episódio. A instituição irá colaborar com as investigações.
"A Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília/DF, determinou abertura de procedimento interno para apuração dos fatos relacionados à ocorrência da noite de ontem, na BR-040, em Duque de Caxias/RJ. Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais. A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso", diz em nota.