O treinador de jiu-jitsu Alcenor Alves, de 56 anos, preso por estupro de vulnerável e exploração sexual no sábado, 23, abusou de ao menos 12 crianças, de 8 a 15 anos, ao longo dos últimos 15 anos. O homem, detido em Balneário Camboriú (SC), teve um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça do Estado do Amazonas e era considerado foragido.
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As denúncias surgiram depois que três lutadores procuraram a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Manaus. Ainda de acordo com a polícia, Alcenor procurava conquistar a família das vítimas e dos próprios atletas para que as crianças pudessem dormir na casa dele.
Entre estes lutadores está Matheus Gabriel, de 28 anos, que atualmente mora nos EUA. O atleta contou em entrevista ao Jornal Hoje que o primeiro abuso aconteceu quando ele tinha 11 anos. Segundo ele, por vezes, quando acordava, estava com o zíper da calça aberto. "A gente viajava muito. (...) Era criança na época, não sabia como reagir", disse.
As investigações apontaram que os abusos ocorriam à noite, enquanto as crianças estavam dormindo. Um garoto de 15 anos afirmou que começou a treinar jiu-jitsu aos 6 anos, e dos 9 anos até agosto deste ano, ele morou com Alcenor.
"Eu estava dormindo e quando eu acordei já estava sem bermuda. Só não tinha coragem de chegar pra ninguém falar. Eu preferi guardar isso pra mim mesmo", relatou em entrevista à Rede Amazônica.
Mais cedo, o delegado-geral Ulisses Gabriel confirmou à NSC, afiliada da Rede Globo em Santa Catarina, que o homem planejava fugir para Dubai. O suspeito foi preso enquanto participava de uma competição como treinador de crianças e adolescentes.
De acordo com a Polícia Civil, o mandado de prisão temporária foi emitido pela Justiça do Amazonas na sexta-feira, 22. A corporação afirmou que o homem abusou de ao menos 12 crianças enquanto atuava como professor em Manaus.
Em nota, a escola de jiu-jitsu na qual Alcenor atuava afirmou que lamenta o ocorrido. "Somos uma escola em pleno crescimento no esporte que preza inclusive a integração das famílias diariamente próximo ao nosso tatame. Lamentamos profundamente o ocorrido, estamos aguardando o desenrolar da justiça para que caso seja confirmado as denúncias o responsável que praticou os crimes seja punido no rigor da lei", disse.