O deputado estadual Estevam Galvão (DEM-SP) estava indo para um encontro na Assembleia Legislativa de São Paulo na manhã desta quarta-feira (13), mas o seu telefone tocou com notícias chocantes. O parlamentar, que foi prefeito de Suzano, na região metropolitana de São Paulo, por quatro mandatos, recebeu a informação de que dois criminosos haviam entrado na Escola Estadual Professor Raul Brasil e disparado contra alunos e funcionários.
O atentado na Escola Estadual Raul Brasil que ocorreu por volta das 9h30 desta quarta-feira (13) terminou com nove pessoas mortas: além dos dois atiradores, que se suicidaram após o tiroteio, dois funcionários da escola estadual, e cinco alunos do Ensino Médio. Também morreu, antes do ataque à escola, o dono de uma locadora de veículos. “Na hora que me contaram sobre o que ocorreu, eu fiquei profundamente chocado, fiz o retorno com meu carro e voltei para Suzano”, afirma Galvão.
Com 44 anos de vida pública, sendo mais de 10 destes dedicados a Suzano como prefeito, Galvão ficou sensibilizado com o atentado que ocorreu na escola. “É um momento de muita dor e de muita tristeza”, diz. “Eu nunca assisti a uma tragédia desse tamanho.” O fato de envolver a morte de adolescentes do Ensino Médio mexeu mais ainda com o deputado. “Quando esse tipo de acontecimento tem menores de idade como vítimas é muito mais chocante”, afirma.
Galvão acredita que a consternação que sente também é a mesma que a população de Suzano. “A Raul Brasil é a primeira escola da cidade, tem muita tradição e é muito querida por todos”, afirma. “O nosso relacionamento com a escola é muito forte.” Para o deputado, há motivos a mais para a afinidade com a instituição de ensino: além de ter sido docente da escola por dois anos na década de 1960, sua mulher, Viviane Galvão de Oliveira, também lecionou no local.
A Escola Estadual Raul Brasil, localizada no bairro Parque Suzano, é considerada referência na região de Suzano por conta de seu complexo educacional que oferecia aulas de línguas estrangeiras, além do tradicional currículo do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Segundo Galvão, o entorno não apresentava histórico grande de criminalidade. “O bairro não é violento, muito pelo contrário”, diz. “O que aconteceu hoje foi uma fatalidade e só será esclarecido com o trabalho de investigação.”
Até o momento, segundo informações da Polícia Militar, os assassinos foram dois jovens: Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luís Henrique de Castro, de 25. Ambos eram ex-alunos da escola. No momento do atentado, foram utilizados um revólver de calibre 38, uma besta medieval com flechas e um pequeno machado.