OAB: UPP reproduz modelo de "violência contra os moradores"

23 abr 2014 - 15h14
(atualizado às 15h20)

O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, fez duras críticas ao modelo de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), implantado pelo governo do Rio de Janeiro, ao comentar o protesto de moradores da comunidade Pavão-Pavãozinho, ocorrido nesta terça-feira, em razão da morte de um dançarino na área. Segundo ele, "as UPPs têm reproduzido o modelo tradicional da segurança pública: violência contra os moradores".

Segundo OAB, "PM enxerga os moradores dessas áreas como inimigos"
Segundo OAB, "PM enxerga os moradores dessas áreas como inimigos"
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Damous disse que as UPPs "não ganham corações e mentes nas favelas do Rio, pois viraram força de ocupação. Não era com esse tipo de atitude que elas foram anunciadas, anos atrás". Moradores da área onde houve a manifestação afirmam que Douglas Rafael da Silva Pereira, 25 anos, foi espancado até a morte por policiais da unidade pacificadora. A Polícia Militar (PM) diz que foi acionada para retirar o corpo de Douglas de dentro de uma escola.

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O representante da OAB ainda analisou, "o problema é que a PM enxerga os moradores dessas áreas como inimigos. Odeia pobres, embora os seus efetivos sejam recrutados entre eles. A “invasão social” nunca saiu do papel. Os policiais expulsam os pobres sem moradia de latifúndios urbanos abandonados e não os protegem de seus algozes, traficantes armados. Só pode dar no que deu no Pavão-Pavãozinho".

Moradores queimaram objetos, armaram barricadas e bloquearam vias. Os policiais entraram na área para conter os protestos. No final da noite, um homem havia morrido com um tiro na cabeça e um garoto de 12 anos foi atingido por um disparo de arma de fogo.

Fonte: Terra
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