A defesa de Luiz Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, procurou a Secretaria Estadual de Segurança Pública aproximadamente uma semana atrás, solicitando um canal de comunicação com a Polícia Federal (PF) para negociar a rendição do líder da maior milícia do Rio de Janeiro. Conforme informações da TV Globo, menos de 10 pessoas estavam cientes dessas negociações.
Após Zinho se entregar à PF, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) realizou uma "operação de guerra" para transferir o miliciano de Benfica, na Zona Norte da cidade, para a Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, conhecida como o presídio de segurança máxima Bangu 1. Para a transferência, a secretaria mobilizou pelo menos 50 homens do Grupamento de Intervenção Tática (GIT), do Serviço de Operações Especiais (SOE) e da Divisão de Busca e Recaptura (Recap).
O processo de registro e a transferência entre as duas prisões – em uma distância de 35 km – foram concluídos em pouco mais de 1 hora. Zinho foi entregue pelos agentes da PF em Benfica pouco antes das 23h. À meia-noite, o miliciano já estava em Bangu 1.
Zinho encontra-se isolado em uma cela de 5 m² e, inicialmente, não terá acesso ao banho de sol. A cama é construída em alvenaria, fixada à parede, com um colchão. O criminoso está na galeria destinada a milicianos.
Quem é Zinho ?
Zinho é tio de Faustão e irmão de Wellington da Silva Braga, o Ecko, que chefiava a Liga da Justiça, a maior milícia fluminense. Com a morte de Ecko, Zinho é quem estava à frente da organização criminosa. De acordo com o jornal O Globo, ele não passou por nenhuma força policial, mas, antes de comandar o grupo, era responsável pela contabilidade e lavagem de dinheiro.
Além de Ecko, outro irmão de Zinho já chefiou a associação criminosa, Carlos da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes. Conforme o Disque Denúncia, promotores do Ministério Público levantaram que o criminoso também é o sócio de duas empresas que fazem extração de saibro.
Ainda segundo O Globo, Zinho arrecada entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões mensais na região que engloba a maior parte dos bairros de Santa Cruz, Campo Grande e Paciência. Grande parte do dinheiro é proveniente do transporte alternativo. Ele já foi preso por porte Ilegal de arma de fogo e associação criminosa.