O homem jogado de uma ponte por um policial militar na madrugada da última segunda-feira, 2, prestou depoimento nesta sexta-feira, 6, acompanhado de sua advogada, na 2ª Delegacia Seccional do bairro do Brooklin, zona sul de São Paulo. Segundo informações obtidas pelo jornal Folha de S.Paulo, ele contou ter sido parado em uma blitz da polícia e negou que tenha sido perseguido pelos PMs ou fugido.
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"Disse que o policial que o agrediu foi levando ele pelo 'colarinho' até perto de uma ponte, onde falou: 'Você tem duas opções, ou você pula da ponte ou eu jogo você e a motocicleta", aponta trecho do registro do depoimento do rapaz, obtido pelo jornal.
O homem diz ter respondido que não era ladrão e que a moto que usava não era roubada. "Neste momento, o policial pegou sua perna e lhe jogou. Disse que caiu no córrego de joelhos, e uns moradores de rua que ficam embaixo da ponte falaram: 'Vem aqui e pode fugir por ali'".
De acordo com o depoimento, o homem não se feriu na queda. Disse que seus ferimentos eram das agressões de um único policial, Luan Felipe Alves Pereira, que o jogou da ponte. Ele declarou estar com medo e que não sabia o motivo pelo qual foi agredido.
Após cair da ponte, o homem disse ter pego uma carona com um carro que estava passando no local e foi até a UPA Santa Catarina. Os policiais não pediram seu documento, nem perguntaram seu nome, apenas foram em sua direção, contou.
Relembre o caso
Marcelo Barbosa, de 25 anos, foi arremessado pelo soldado Luan Felipe Alves Pereira, durante uma abordagem policial no bairro Cidade Ademar. O momento foi flagrado por um vídeo, que rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais e na imprensa.
Luan Felipe foi preso na quinta-feira, 5, após um pedido da Corregedoria da Polícia Militar. Em nota, a PM confirmou que a Justiça Militar atendeu ao pedido da Corregedoria. "O policial já foi ouvido e será levado ao Presídio Romão Gomes. Desde que tomou conhecimento do caso, a Polícia Militar afastou os 13 policiais envolvidos na ocorrência e instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a ação", afirmou.
Nas imagens, é possível ver o soldado e outros três policiais militares próximos à ponte.
O rapaz é entregador e não tem antecedentes criminais, conforme o pai, Antônio Donizete do Amaral, contou ao Jornal Nacional, da TV Globo. "Trabalhador. Menino que sempre correu atrás do que é dele. Ele não tem envolvimento, não tem passagem, não tem nada. Eu gostaria de uma explicação desse policial e o porquê ele fez isso", disse.