Um youtuber norte-americano participou de uma operação da Polícia Militar, em São Paulo, e exibiu as imagens em seu canal da internet. Gen Kimura aparece posando com uma arma da corporação, e mostra a incursão em duas regiões periféricas da capital paulista. Ao Terra, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a prática não é permitida e será investigada.
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O vídeo, publicado em 2 de junho deste ano, já passou de 1,5 milhão de visualizações até a tarde desta terça-feira, 25. Intitulado “24 hrs na vida de um Policial no Brasil”, a filmagem é feita dentro de um 18º Batalhão da PM. Os policiais aparecem mostrando a sala da reserva de armas, mostram o treino para imobilizar suspeitos e até a academia onde praticam exercícios.
Antes de sair na empreitada policial, com um colete da PM e no banco de trás da viatura, Gen posa com uma arma da corporação. A incursão por ruas da cidade também é filmada, na qual é possível ver como ocorre a abordagem a suspeitos, bem como a entrada em moradias.
Em um dos locais, os policiais mostram onde uma vítima norte-americana foi resgatada de um sequestro. “Foi uma loucura só de ver. Uma área onde um monte de gente é sequestrada e mantida em cativeiro para pedir o resgate. Esse tempo todo, não sei se vocês estão vendo, mas estou tenso", afirma Gen.
Em dado momento, um agente da corporação afirma em inglês ao youtuber que mortes de criminosos são comemoradas com "charutos e cervejas".
Em nota ao Terra, a SSP informou que já solicitou esclarecimentos à Polícia Militar, que imediatamente instaurou uma sindicância para apurar todas as circunstâncias relativas aos fatos e adotar as providências necessárias.
“Toda a dinâmica mostrada nas imagens, envolvendo um civil em práticas exclusivamente militares, não é permitida e fará parte das investigações. A pasta destaca, ainda, que a frase dita por um dos agentes, mencionada pela reportagem, não condiz com as práticas adotadas pelas forças de segurança do Estado”, afirma a pasta.
Além disso, a secretaria diz que as polícias paulistas são instruídas e continuamente capacitadas para agirem dentro da lei. “Excessos e desvios não são tolerados e todos os casos são punidos com rigor. Além disso, a dinâmica do vídeo não é permitida de acordo com as regras internas da Corporação”, finaliza.
A reportagem também pediu um posicionamento da Ouvidoria da Polícia Militar, mas até o momento, não teve retorno.