Pastor acusado de estupro será ouvido por CPI da Câmara

CPI que investiga abusos sexuais contra crianças e adolescentes irá ao Rio de Janeiro ouvir depoimento do pastor Marcos Pereira

21 mai 2013 - 20h46
(atualizado às 20h54)
<p>O pastor Marcos Pereira será ouvido pela CPI da Câmara dos Deputados que investiga crimes sexuais contra adolecentes e crianças</p>
O pastor Marcos Pereira será ouvido pela CPI da Câmara dos Deputados que investiga crimes sexuais contra adolecentes e crianças
Foto: Divulgação

O pastor Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, será ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados, que investiga crimes sexuais contra menores de 18 anos. 

Segundo a assessoria da deputada Erika Kokay (PT-DF), presidente da CPI e autora do pedido de depoimento de Marcos, o requerimento de convocação do pastor foi aprovado em uma reunião ordinária da CPI na tarde desta terça-feira. 

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Além de Marcos, os parlamentares ouvirão também o delegado titular da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) do Rio de Janeiro, Márcio Mendonça, e outros policiais e pessoas ligadas à investigação do caso. 

Segundo denúncias, ao menos três vítimas do pastor seriam adolescentes. Os parlamentares ouvirão o pastor na penitenciária Bangu II, no Rio de Janeiro, onde Marcos está preso. 

A ida à capital fluminense ainda não foi agendada. Segundo a assessoria da deputada, ainda não há data marcada para que o pastor converse com os membros da CPI. A expectativa é que ele seja ouvido no início de junho. 

Pastor é acusado de estupro

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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o pastor Marcos Pereira por dois estupros. Ele foi preso na terça-feira acusado de abusar sexualmente de seis fiéis da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, da qual é um dos líderes.

Segundo a denúncia, para cada um dos seis estupros foi instaurado um inquérito policial, com o objetivo de "facilitar a individualização de cada crime". "Pelos relatos das testemunhas, principalmente das mulheres, verifica-se que estamos diante de um verdadeiro depravado, degenerado, pervertido sexual, capaz de fazer as coisas mais baixas e sempre se aproveitando da sua condição de líder maior da Igreja", dizem os promotores Rogério Lima Sá Ferreira e Adriana Lucas Medeiros, que assinam o texto.

A ação explica que o inquérito é um desdobramento de uma outra investigação que apura a prática de incitação ao crime e associação para o tráfico de drogas do pastor. "Acontece, porém, que no decorrer da investigação dos crimes acima, foram surgindo notícias gravíssimas de outros crimes, como homicídio, lavagem de dinheiro, estupros, roubo por parte do denunciado", explicam os promotores.

Na denúncia, são relatados os abusos que Marcos Pereira cometeu contra as duas mulheres, que moravam em um alojamento da igreja. Segundo o texto, ele negava material de higiene a uma das vítimas caso ela se recusasse a manter relações sexuais.

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"Todas as mulheres vítimas do denunciado viveram na sua igreja por alguns anos. Elas viviam em função da Igreja presidida pelo denunciado. Moravam nos alojamentos existentes na Igreja.  Eram dependentes materialmente e emocionalmente do denunciado.  E para aquelas que se recusavam a ceder aos seus instintos bestiais, o denunciado as ameaçava de despejo, de morte fora da Igreja", diz a denúncia.

"O relato das outras mulheres é estarrecedor. Revela de forma clara que o denunciado é maquiavélico, de uma pobreza de espírito sem tamanho, só para conseguir dar vazão aos seus instintos sexuais. Se identificando com um 'Homem de Deus', praticou uma série de crimes sexuais contra aquelas que procuraram a sua Igreja em busca de ajuda espiritual. Conduta vil, torpe", dizem os promotores.

Além de Pereira, o MP denunciou quatro homens ligados à igreja acusados de fazer ameaças a uma das vítimas de estupro. De acordo com o MP, o pastor teria ordenado a Daniel Candeias da Silva, Ubirajara Moraes Pereira, Cezar Luiz Moraes Pereira e Lúcio Oliveira Câmara Filho que ameaçassem a mulher.

As ameaças teriam começado em março de 2012, depois que a mulher denunciou o pastor pelo crime de estupro. Ela disse ter sido perseguida e vigiada em seu trabalho por homens que faziam gestos ameaçadores.

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Fonte: Terra
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