Policiais militares e bombeiros de Pernambuco decretaram greve por tempo indeterminado. Por meio das redes sociais, representantes da categoria afirmaram que apenas 30% do efetivo está em atividade, em respeito à lei de greve. A paralisação começou na noite desta terça-feira.
Segundo a imprensa local e relatos de cidadãos compartilhados nas redes sociais, postos de policiamento foram fechados e poucas viaturas foram vistas nas ruas durante a noite de ontem e na madrugada desta quarta-feira. Em alguns postos que permaneceram abertos, policiais militares chegaram a informar não estar de serviço. Além disso, uma operação contra o tráfico de drogas deflagrada esta manhã pela Secretaria Estadual de Defesa Social contou apenas com a participação de policiais civis.
Procurada pela Agência Brasil, a assessoria da Polícia Militar (PM) informou ainda não ter um balanço sobre o alcance do movimento, mas garantiu que "as demandas operacionais administrativas estão sendo atendidas pela corporação", sem detalhar como.
Entre as 18 reivindicações, os militares pedem melhores condições de trabalho; reajuste salarial de 50% para soldados e de 30% para oficiais retroativo a janeiro deste ano; aprovação de um novo plano de cargos e carreira; fim da pena de prisão prevista no Código Disciplinar. Eles querem ainda exigência de curso superior para admissão de novos militares; pagamento de uma gratificação para quem fizer cursos de especialização e aumento do valor do tíquete-refeição.
Parte da categoria está reunida em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, decidindo em assembleia se os grevistas deverão permanecer aquartelados ou acampados próximo ao palácio durante o tempo que durar a paralisação.
Em nota, o governo pernambucano assegurou que, conforme já havia sido acertado anteriormente, os policiais e bombeiros receberão um aumento de 14,55% na folha do mês de junho. O governo estadual também afirma estar cumprindo todos os itens do acordo anteriormente firmado com a categoria. Ainda assim, após ter recebido, ontem à tarde, as novas reivindicações dos militares, criou uma comissão multissetorial para analisar a questão. Integram a comissão as secretarias de Administração, de Defesa Social, de Planejamento e Gestão, da Fazenda e os comandos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
Em um vídeo divulgado no site da PM, o comandante-geral, coronel José Carlos Pereira, orienta os policiais a serem cautelosos quanto às manifestações veiculadas pelas redes sociais. "Nem tudo é verdade. Estes canais, muitas vezes, abrem espaço para atitudes desnecessárias e inconsequentes que nada somam às discussões sérias que merecem e estão tendo atenção do governo do estado". O coronel diz que tem conversado com os representantes do movimento, levando ao conhecimento dos escalões superiores as reivindicações da categoria.
"Uma pauta com assuntos do interesse de nossa corporação foi entregue ao governo estadual. O assunto foi recepcionado pelo governo para a devida avaliação", acrescentou o oficial antes de apelar para que os militares tenham "equilíbrio".
"Vivemos em um estado democrático de direito. Reuniões pacíficas, reivindicações por melhorais e a busca de soluções para nossas dificuldades são legítimas e assim estão sendo reconhecidas pelo governo de pernambuco, mas não devemos agir de forma precipitada e emotiva", concluiu o oficial.
Como o apenado tem direito à progressão de pena? Tire essa e outras dúvidas a seguir.