Um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) aponta que pelo menos 65 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos no ano passado. Homens representam 92% do total de vítimas. O número representa um aumento de 14,4% em relação a 2012, que contabilizou 57 mortes. Em 2011 foram outras 49. O estudo teve apoio do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O maior número de registros aconteceu em São Paulo, com 17 assassinatos. Rio de Janeiro (11), Bahia (7), Ceará (6) e Rio Grande do Sul (5) foram os Estados que aparecem em seguida, com maior número de registros
Quase metade das mortes ocorreu nos crimes conhecidos como "saidinha de banco", em que foram registradas 32 mortes. Foram 14 em assaltos a correspondentes bancários e outras oito em agências bancárias.
Foram registradas ainda seis mortes em assalto a caixas eletrônicos, três em abastecimento a caixas eletrônicos e dois em assaltos a postos de atendimento. O levantamento mostra que foram mortos 36 clientes, dez vigilantes, cinco transeuntes e sete policiais. Também foram mortos dois bancários.
De acordo com Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, a falta de segurança está ligada com a falta de investimentos dos bancos para a melhoria da segurança nos estabelecimentos bancários. Os cinco maiores bancos (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander) investiram R$ 4,2 bilhões em segurança, o equivalente a 5,6% dos lucros, que somaram R$ 42,2 bilhões, nos primeiros nove meses do ano passado.
"Estamos indignados com essas 65 mortes. Há um certo descaso dos bancos. No caso da "saidinha de banco, por exemplo, um dos motivos que agrava a situação é as filas. São poucos caixas atendendo, a fila se forma o olheiro se infiltra nela", diz. Ele diz que os bancos ainda são resistentes à implantação dos biombos, que só se deu nas cidades em que é obrigatória por lei.