A operação Avis Aurea, que investiga uma associação criminosa ligada ao garimpo ilegal das Terras Indígenas Yanomami, em Roraima, foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 14. Ao todo, foram cumpridos 3 mandados de busca e apreensão, nos estados de Roraima, São Paulo e em Goiás. A organização criminosa teria movimentado, pelo menos, R$ 422 milhões de reais em um período de cinco anos.
De acordo com as autoridades, as células criminosas atuavam em pelo menos três estados, e usavam aeronaves para transportar o ouro.
As investigações começaram após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreender mais de R$ 4 milhões em espécie dentro de um veículo no município de Cáceres, em Mato Grosso, durante uma abordagem. O inquérito policial identificou que os valores seriam apenas uma parcela, inserida em um contexto de sucessivas aquisições de ouro em Roraima.
Parte da organização criminosa tinha como base o Mato Grosso, e receberia valores de pessoas físicas e jurídicas de outros locais para adquirir ouro de garimpos ilegais. O dinheiro seria movimentado, principalmente, por via terrestre, saindo das regiões Sudeste e Centro-Oeste com destino à cidade de Boa Vista (RR), em viagens que poderiam demorar mais de uma semana.
Já para a saída do ouro de Roraima, o grupo contaria com o apoio de um funcionário de uma companhia aérea que auxiliaria o despacho do mineral.
Ainda conforme informou a PF, entre os investigados estão empresários, advogados e até um servidor público do município de Boa Vista. Uma das empresas suspeitas de participar do esquema já esteve envolvida em uma ação da Polícia Federal que apreendeu 111 kg de ouro em um avião em Goiânia (GO).