PF entrega a museu obras de arte apreendidas na Lava Jato

Não há nenhuma estimativa sobre o valor das peças, que foram apreendidas na casa do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque

19 mar 2015 - 17h19
(atualizado às 17h24)
Com essas novas peças, o museu já tem sob custódia 203 obras de arte apreendidas na Lava Jato
Com essas novas peças, o museu já tem sob custódia 203 obras de arte apreendidas na Lava Jato
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

A Polícia Federal entregou, nesta quinta-feira (19), ao Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, as 139 obras de arte apreendidas na 10ª fase da Operação Lava Jato, 131 delas encontradas na casa do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.

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Os quadros ficarão sob custódia do museu, que auxiliará a polícia a identificar autores, origem, autenticidade e valor para ser informado à Justiça. Não há nenhuma estimativa sobre o valor das peças apreendidas.

Obras de arte são apreendidas na casa do ex-diretor da Petrobras Renato Duque
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Com essas novas peças, o museu já tem sob custódia 203 obras de arte apreendidas na Lava Jato, 16 delas (apreendidas na 1ª fase) já em exposição e outras 48 (apreendidas na 9ª fase) que passarão a ser exibidas ao público no dia 14 de abril.

"Ao longo da investigação, encontramos fortes indícios de que, ao menos, parte dessas obras foi usada para lavagem de dinheiro", afirmou o delegado Igor
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

O delegado da PF, Igor Romário de Paula, que entregou as obras ao museu, disse que a PF ficou surpresa com a quantidade de quadros encontrados na casa de Duque. “Tinha obra de arte em todos os cômodos, quartos, salas, corredores, escadas, até na sala de ginástica”, conta. Ele explicou que o objetivo inicial da apreensão era garantir patrimônio para eventual ressarcimento. 

Com essas novas peças, o museu já tem sob custódia 203 obras de arte apreendidas na Lava Jato
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

“Por isso, bloqueamos contas bancárias, bens, imóveis, apreendemos veículos e, também, obras de arte”, disse. “Mas, ao longo da investigação, encontramos fortes indícios de que, ao menos, parte dessas obras foi usada para lavagem de dinheiro. Identificamos, também o pagamento de valores devidos por operadores a Duque através de obras de arte”, disse, explicando que, em três casos, Duque escolheu a obra e Milton Pascowitch a comprou.

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Com essas novas peças, o museu já tem sob custódia 203 obras de arte apreendidas na Lava Jato
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

O delegado contou, ainda, que lavagem de dinheiro através de obras de arte é uma prática comum para esse tipo de crime. “Eles se aproveitam da subjetividade que se tem na atribuição de valores aos quadros. É um mercado bem fértil”, disse, lembrando ainda que a maioria desses quadros não consta na declaração de bens de Duque à Receita Federal.

Com essas novas peças, o museu já tem sob custódia 203 obras de arte apreendidas na Lava Jato
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

A presidente do Museu Oscar Niemeyer, Juliana Vosnika, explicou que as obras ficarão em quarentena, por prevenção a algum agente biológico que possa contaminar o restante do acervo do museu e, nesse período, passarão por higienização para depois serem armazenadas na reserva técnica da entidade. “A autenticidade, o valor dos quadros e sua origem, identificaremos em um trabalho de colaboração, com a PF, com outras instituições culturais e, até com os artistas”, disse.

Com essas novas peças, o museu já tem sob custódia 203 obras de arte apreendidas na Lava Jato
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

Ao final do processo, se comprovado que os quadros foram adquiridos de forma ilícita, eles poderão ser leiloados para eventual ressarcimento, ou doados para o museu, o que espera Vosnika. “São obras de artistas brasileiros contemporâneos. 

Com essas novas peças, o museu já tem sob custódia 203 obras de arte apreendidas na Lava Jato
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

Na sua maioria, encaixam-se muito bem com o acervo do museu. Seria muito interessante para nós termos elas permanentemente aqui, como também para o grande público, mas só temos que torcer e mostrar que temos condições de abrigá-las. A decisão é da Justiça”, disse.

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Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

Fonte: Especial para Terra
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