A Polícia Federal concluiu o inquérito da Operação Ave de Rapina e indiciou 26 pessoas por crimes de corrupção praticados na prefeitura municipal de Florianópolis. Entre os indiciados estão servidores municipais, empresários, além do presidente da Câmara de Vereadores, César Faria, e o vereador Marco Espíndola, o Badeko, ambos do PSD.
A investigação da PF foi realizada durante um ano. Até mesmo conversas envolvendo o chefe do Legislativo e o prefeito municipal, César Souza Júnior, acabaram monitoradas. Entretanto, entretanto, o chefe do executivo não estaria envolvido no esquema, segundo a Polícia Federal.
O grupo atuava beneficiando empresas na elaboração de projetos de lei e alterações na legislação local, além da liberação de recursos para entidades sociais ou promotores de eventos.
Um dos braços da quadrilha seria o funcionamento da empresa de radares que atua na cidade, a Kopp, sediada no estado vizinho do Rio Grande do Sul. Os diretores da empresa, Décio Stangherkin e Fabiano Barreto foram transferidos para Santa Catarina na tarde desta sexta-feira.
Operação mexe com prefeito
Incomodado com a repercussão da operação, considerada uma das maiores já realizadas em Florianópolis e que envolveu lideranças de seu partido, o prefeito César Souza Júnior anunciou medidas como a criação de uma comissão para analisar as empresas envolvidas no suposto esquema de corrupção.
Os pagamentos à Kopp Tecnologia estão suspensos pelo Poder Público.
A liberação de recursos para eventos, considerada pela PF uma das maiores fontes de atuação do vereador indiciado Badeko, terá que ser avaliada por um Comitê Gestor, segundo César Júnior.