A Polícia Federal deflagrou, na madrugada desta terça-feira, uma operação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que desviava verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais.
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Agentes da PF deram cumprimento a 72 medidas judicias – oito de prisão temporária, sete de condução coercitiva, 21 de busca e apreensão e 36 de sequestro de bens – nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
A operação chamada Desidrato visa a desarticular uma quadrilha que agia falsificando documentos para a realização de procedimentos cardiológicos sem nenhuma necessidade dos pacientes. A organização criminosa era composta por médicos, profissionais de saúde e representantes da indústria farmacêutica de próteses cardíacas.
Segundo a PF, as próteses não utilizadas nos procedimentos simulados eram desviadas e usadas em clínicas de um dos membros do grupo.
A empresa fabricante das próteses pagava ao grupo grandes quantias pela compra dos equipamentos, que muitas vezes não eram utilizados pelos pacientes. Os médicos recebiam propinas que variavam de R$ 500 a R$ 1.000 por prótese. Esses profissionais também costumavam cobrar pelos procedimentos executados pelo SUS. De acordo com a PF, pelo menos um paciente, que acabou morrendo, teria pagado uma quantia de R$ 40.000 para ser atendidos pelos médicos integrantes da quadrilha.
O grupo recebia até R$ 110.000 por mês e os valores pagos por uma das empresas investigadas chegou a aproximadamente R$ 1,5 milhão em menos de três anos.
Os suspeitos foram indiciados pelos crimes de estelionato contra entidade pública, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa.