A Polícia Federal prendeu em flagrante, na manhã desta sexta-feira, Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, empresário ligado ao PT e colaborador da campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Ele e outras três pessoas detidas são suspeitos de lavar dinheiro de contratos com órgãos do governo federal que seriam superfaturados.
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Só com o governo federal, a empresa Gráfica Brasil, de Bené, faturou R$ 465 milhões entre 2005 e 2015, enquanto a empresa DUE teria recebido R$ 60 milhões. Além do empresário, foram presos o ex-assessor do Ministério das Cidades Marcier Trombiere, que atuou na campanha de Pimentel, Pedro Medeiros e Victor Nicolato, homem de confiança de Bené. Uma quinta pessoa foi presa durante a operação por porte ilegal de arma.
A Operação Acrônimo, deflagrada nesta sexta em três Estados e no Distrito Federal, é um desdobramento da apreensão de R$ 113 mil no Aeroporto de Brasília, em outubro do ano passado. Na época, Bené e Trombiere foram detidos e depois liberados.
A ação da PF tinha como objetivo apenas localizar documentos e valores para esclarecer a origem de valores que circulavam nas contas dos investigados, mas quatro pessoas acabaram detidas em flagrante por associação criminosa. “Com os elementos que foram obtidos hoje, é possível afirmar que eles continuam operando, continuam a articular para essa atividade criminosa”, disse o delegado Dennis Cali, responsável pela operação.
Bené, segundo a PF, era sócio de 30 empresas, a maior parte na área de gráfica, organização de eventos e publicidade. Para lavar o dinheiro, os investigados usaram a técnica do smurffing, que consiste no fracionamento de valores, além da confusão patrimonial e no uso de laranjas.
Apesar da ligação com a campanha do governador mineiro, a PF disse que não há ninguém com foro privilegiado investigado. "Até o momento, o governador Pimentel não é objeto da investigação", disse.
Na Operação Acrônimo, foram apreendidos 10 carros de luxo e um bimotor turboélice King Air, avaliado em R$ 2 milhões.
Para o advogado de Benedito Rodrigues, Celso Lemos, disse ter sido surpreendido com a prisão em flagrante. "Fomos surpreendidos com esse novo desenvolvimento. Uma autuação pelo crime de quadrilha para uma finalidade que ainda está sendo apurada", disse.