PI: polícia investiga grupo homofóbico que usa símbolo do nazismo

26 fev 2014 - 19h52
(atualizado às 19h53)
Em um dos bilhetes que circula na capital piauiense, o grupo divulga um número de celular e pede que as pessoas se filiem à irmandade
Em um dos bilhetes que circula na capital piauiense, o grupo divulga um número de celular e pede que as pessoas se filiem à irmandade
Foto: Grupos Matizes / Divulgação

A Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias em Teresina (PI) abriu inquérito policial para investigar a denúncia da suposta atuação de um grupo intitulado "irmandade homofóbica", que pede morte aos gays no Piauí. O grupo está distribuindo bilhetes nos quais usa o símbolo do nazismo.  

Dados mais recentes, de 2012, revelam que o Piauí é terceiro Estado com mais mortes por homofobia, com 15 assassinatos contra os homossexuais no período.

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A denúncia foi feita pelo grupo Matizes, entidade que trabalha em defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e travestis (LGBT) do Piauí. Os representantes da entidade entregaram um dos bilhetes que circulam na capital piauiense no qual o grupo divulga um número de celular e pede que as pessoas se filiem à irmandade. A equipe do Terra telefonou para o número, mas estava desligado. O bilhete pede “morte aos homossexuais” e assina com “IMHO Irmandade Homofóbica”.

O delegado Sebastião Escórcio, titular da Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias, informou que pedirá a quebra de dados telefônicos para chegar aos autores do crime. “É preocupante, já que o grupo usa a cruz do nazismo e prega o crime de ódio. Vamos enquadrá-los na apologia ao nazismo, que tem penas mais duras, e ao crime ligado a orientação sexual”, disse o delegado.

Marinalva Santana, do Matizes, disse que o grupo não tinha conhecimento da atuação dessa irmandade homofóbica. “Recebemos a denúncia de uma empresária do ramo de estética que emprega homossexuais e que recebeu o bilhete”, contou.

Ela ressaltou que Teresina é uma das capitais com maiores índices de violência contra gays, lésbicas e travestis e que a denúncia precisa ser apurada. “Eles estão tão audaciosos que divulgam até um número de celular e pedem a filiação de pessoas. Isso é um crime grave e que merece atenção das autoridades”, pediu. 



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Fonte: Especial para Terra
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