A Polícia Militar de São Paulo montou, nesta terça-feira, 9, uma outra operação para conter possíveis impactos da Operação Fim da Linha, que investiga o uso de empresas de ônibus da capital para lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A Operação Impacto, resultado da primeira, teve foco nas zonas sul e leste.
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Segundo a PM, a ação ocorreu de forma preventiva para garantir a segurança dos passageiros e impedir possíveis prejuízos na prestação do serviço de transporte. Durante todo o dia, houve também policiamentos específicos nas garagens para dar segurança aos trabalhadores e garantir que os ônibus circulem normalmente.
Em entrevista coletiva à imprensa, o coronel Cássio de Freitas, comandante-geral da PM, disse que as ações buscaram coagir ameaças de queima de ônibus que foram espalhadas nesta terça.
Operação Fim da Linha
Na manhã desta terça, quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na lavagem de dinheiro de uma facção usando duas empresas de ônibus responsáveis pelo transporte de cerca de 700 mil passageiros na cidade de São Paulo. A operação foi coordenada pelo Ministério Público de São Paulo, com o apoio de 340 policiais do Batalhão de Choque.
No total, foram cumpridos 52 mandados de busca, quatro mandados de prisão e cinco de medidas cautelares. Os policiais militares conseguiram apreender 11 armas, sendo dois fuzis e uma submetralhadora, mais de 800 munições, joias, barras de ouro, computadores, celulares, além de R$ 161 mil em espécie.
A Justiça determinou o afastamento dos gestores das empresas Transwolff e UPBus, que prestam o serviço nas zonas sul e leste da capital paulista. Também houve o bloqueio de R$ 600 milhões das contas dos investigados para reparar eventuais danos, além da apreensão de um helicóptero, veículos, lanchas e motos aquáticas.
"É inaceitável que chefes de facção figurem como grandes empresários", disse o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, em coletiva. Ele detalhou que foram meses de investigação até a ação desta terça.
Conforme as investigações do Grupo de Atuação Especial ao Crime Organiza (Gaeco), os envolvidos usavam a exploração do serviço de transporte público por ônibus para “legalizar” valores provenientes de tráfico de drogas, roubos e outros delitos praticados pela facção criminosa, além de ocultar o patrimônio do bando.