Depois da repercussão de um vídeo em aparece jogando um homem de uma ponte durante uma ação na Zona Sul de São Paulo, o soldado Luan Felipe Alves Pereira foi preso nesta quinta-feira, 5. A medida atende a um pedido da Corregedoria da Polícia Militar.
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O soldado foi detido na sede da Corregedoria após o Tribunal de Justiça Militar acatar o pedido de prisão enviado na quarta-feira, 4. Em seguida, Luan Pereira deverá ser encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista, após realizar exames no IML.
Em nota, a PM confirmou que a Justiça Militar atendeu ao pedido da Corregedoria. "O policial já foi ouvido e será levado ao Presídio Romão Gomes. Desde que tomou conhecimento do caso, a Polícia Militar afastou os 13 policiais envolvidos na ocorrência e Instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a ação", diz comunicado.
O caso que repercutiu nas redes sociais aconteceu na madrugada da última segunda-feira, 2, no bairro Cidade Ademar, na zona sul da capital.
Nas imagens, é possível ver o soldado e outros três policiais militares próximos à ponte. Em um determinado momento, o rapaz, que aparenta já estar contido pelos agentes, é arremessado.
A vítima foi identificada como Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos. O rapaz é entregador e não tem antecedentes criminais, conforme o pai, Antônio Donizete do Amaral, contou ao Jornal Nacional, da TV Globo.
"Trabalhador. Menino que sempre correu atrás do que é dele. Ele não tem envolvimento, não tem passagem, não tem nada. Eu gostaria de uma explicação desse policial e o porquê ele fez isso", disse.
Repercussão negativa do vídeo
Depois da repercussão negativa do caso, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, se pronunciou. Segundo ele, a “ação não encontra respaldo nenhum nos procedimentos operacionais da Polícia Militar”. Ele também chamou a medida de algo "isolado" e que não pode manchar a imagem da instituição.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também falou sobre o assunto. Na terça-feira, 3, o político citou o caso ao dizer que um policial militar que "atira pelas costas" ou "joga uma pessoa da ponte" não está "à altura de usar essa farda”.
A situação aconteceu em uma semana em que outros casos de violência policial também foram flagrados por câmeras e revoltaram parte da população.
O mais recente, além do caso da ponte, aconteceu no domingo, 1º, na cidade de Camaragibe, em Pernambuco.
Após se desentender sobre o preço da corrida, o sargento Venilson Cândido da Silva, de 50 anos, sacou uma arma e matou o motoqueiro por aplicativo Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos. O momento foi capturado pela câmera de segurança do condomínio onde o PM mora.