A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou neste domingo que expulsou os quatro policais acusados de terem esturprado três mulheres na comunidade do Jacarezinho. Segundo nota da corporação, "a conduta grave destes policiais militares, em desacordo com os ensinamentos recebidos durante a formação, atentou contra o sentimento de dever e decoro da classe".
Foram expulsos os soldados Gabriel Machado Mantuano, Renato Ferreira Leite, Anderson Farias da Silva e Wellington de Cássio Costa Fonseca, todos lotados na 2ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Méier. A nota afirma também que "a ocorrência deste crime (estupro), por agentes garantidores da lei, é inadmissível".
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou três dos policiais militares acusados de participarem dos estupros. De acordo com a denúncia, por volta da meia-noite do dia 5 de agosto, os denunciados chegaram a um beco localizado sob um viaduto em Benfica e foram hostilizados por supostos usuários de drogas, que arremessaram pedras contra eles. Em resposta, os agentes decidiram entrar nas casas próximas ao local e obrigar moradores a sair de suas residências. Durante essa ação, os policiais encontraram as vítimas, que foram levadas para um barraco.
Ainda segundo o MP, os policiais agrediram as jovens com tapas e socos, ameaças de morte e as estupraram. Logo após o crime, as vítimas procuraram a delegacia e fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal. A casa onde os crimes ocorreram, segundo as vítimas, passou por uma perícia e os investigadores recolheram material genético para exame de DNA.
De acordo com o promotor de Justiça Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, da 2ª Promotoria de Justiça, os PMs denunciados representam “evidente risco à ordem pública”, por demonstrarem comportamento violento e personalidade distorcida. “Percebe-se facilmente que a conduta bárbara dos denunciados teve como único objetivo vingar-se cegamente do fato de terem sido, momentos antes, hostilizados por usuários de drogas, humilhando, agredindo, e violentando quem bem entendessem”, argumentou o promotor na denúncia.
(Com informações da Agência Brasil)