PMs disparam 188 tiros de fuzil durante operação em morro no litoral de SP; veja vídeo

Secretaria de Segurança Pública afirma que o número de disparos ocorreu porque os PMs foram vítimas de tentativa de homicídio

1 abr 2024 - 15h31
(atualizado às 17h42)
Morador flagra intensa troca de tiros entre PMs e criminosos em Santos
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Policiais militares dispararam 188 tiros de fuzil durante uma ação contra três suspeitos no Morro da Nova Cintra, em Santos, no litoral de São Paulo, no último sábado, 30, segundo consta no registro da ocorrência. 

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que o número de disparos ocorreu porque os PMs foram vítimas de tentativa de homicídio durante incursão da Operação Verão, na Rua Eugênio Batista da Silva.

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Segundo relatado pelos policiais militares, eles faziam diligências no bairro Jardim Progresso quando foram recebidos a tiros por pelo menos três suspeitos, que dispararam contra os agentes. Não houve feridos, e os suspeitos conseguiram fugir.

O caso foi registrado como disparo de arma de fogo e tentativa de homicídio na CPJ de Santos e é investigado.

Operação Verão

Subiu para 56 o número de mortes durante a Operação Verão em cidades como Santos, Guarujá, São Vicente e Cubatão.

A ação teve início em dezembro de 2023, como acontece anualmente, mas foi intensificada em fevereiro deste ano, após a morte do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo e do cabo José Silveira dos Santos. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegou a transferir o gabinete da SSP para Santos.

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"Desde o início da ação, 1.072 criminosos foram presos, entre eles 438 procurados pela Justiça; 2,5 toneladas de drogas foram retiradas das ruas, e 119 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, apreendidas. As mortes em confronto são resultado da reação violenta dos criminosos ao trabalho policial", afirma a Secretaria de Segurança Pública.

A SSP alega que todos os casos são investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário.

No ano passado, a PM já havia realizado a Operação Escudo, iniciada após a morte de outro policial da Rota, o soldado Patrick Bastos Reis. O número de mortes na operação chegou a 28 em um período de 40 dias. A ação foi encerrada em setembro. Na época, familiares de mortos denunciaram execuções e violência policial.

Morador flagra intensa troca de tiros entre PMs e criminosos em Santos
Morador flagra intensa troca de tiros entre PMs e criminosos em Santos
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Vítima de bala perdida

Na última quarta-feira, 27, Edneia Fernandes Silva, de 31 anos, morreu após ser atingida por uma bala perdida durante uma ação de patrulhamento da Polícia Militar, em uma praça no Bom Retiro, na zona noroeste de Santos. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. 

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O caso ocorreu por volta das 18h, na Praça José Lamacchia. Ao Terra, a Secretaria de Segurança Pública  informou que policiais militares patrulhavam no local quando viram dois homens em uma moto em alta velocidade que ignoraram a ordem de parada dos agentes. Na fuga, eles teriam atirado cinco vezes contra os policiais, que revidaram os disparos. 

Durante a suposta troca de tiros, Edneia teria sido atingida na cabeça, enquanto conversava com uma amiga na praça. Ela foi socorrida por moradores até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste e, posteriormente, transferida para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu.

Número de mortes por PMs dobrou

O número de mortes cometidas por policiais militares cresceu 94% no primeiro bimestre de 2024 no Estado de São Paulo, em comparação ao mesmo período de 2023. É o que aponta um levantamento feito pela GloboNews junto ao Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público Estadual.

Nos dois primeiros meses do ano, foram mortas 134 pessoas durante ações policiais em todo o Estado. No mesmo período no ano passado, foram registradas 69 mortes cometidas por PMs. Esse é o segundo ano do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente do cargo em São Paulo.

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Ao Estadão, familiares falam de inocentes entre os mortos pela polícia na Baixada. "Meu pai não era traficante, mas quem mora na favela não tem voz", disse ao jornal a filha do catador de lixo José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, morto no barraco onde vivia, em São Vicente. A família diz que ele era usuário de drogas, mas não estava envolvido com o crime.

Fonte: Redação Terra
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