O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) apreendeu 10 fuzis de guerra e mais de 1,5 tonelada de cocaína pura em um sítio de Aguaí, no interior de São Paulo. A operação agiu contra uma organização criminosa envolvida em ataques a carros-fortes e transportadoras de valores.
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O armamento foi encontrado dentro de um caminhão, com um fuzil tipo AR 10, 6 FAL calibre 7.62, um AK calibre 7,62 e dois SIG ponto 30. De acordo com os investigadores, três das armas possuem brasão do exército da Bolívia, o que indica a possibilidade de terem sido desviadas.
O arsenal também contava com 325 munições de diversos calibres e 53 carregadores. Além das armas, as autoridades apreenderam mais de 1,5 tonelada de cocaína pura. Nesta quantidade, a droga pode valer até R$ 120 milhões no exterior, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
“O trabalho está dentro da nossa estratégia de combate ao crime organizado de inviabilizar a cadeia logística. Além da asfixia financeira, é retirar o poder de fogo dessas organizações, representando um impacto significativo para os criminosos. É uma ocorrência de extrema importância para nós porque tem um valor agregado essa apreensão realizada”, disse o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, em coletiva de imprensa.
Ainda segundo o Deic, a quadrilha era responsável pela comercialização de armas e drogas para criminosos especializados em ações contra carros-fortes em todo o Estado de São Paulo.
Três envolvidos, de 27, 31 e 42 anos, foram encaminhados à sede do órgão na capital, onde seguem presos. O responsável pela logística do grupo e outro que tinha a função de receber e armazenar as drogas e as armas estão entre eles. Ambos possuem passagem criminal.
Andamento das investigações
A 4ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat) iniciou as investigações contra o bando há cerca de quatro meses. Em junho, os policiais localizaram um endereço em Cordeirópolis, também no interior de São Paulo. A propriedade seria utilizada como esconderijo de armas e drogas da organização. Os agentes chegaram a ir até o local, mas os suspeitos já tinham saído de lá.
Os policiais, então, identificaram uma mudança no comportamento dos criminosos para evitar a localização do grupo. No entanto, com o monitoramento de um dos investigados, as autoridades encontraram o sítio em Aguaí.
"O bando estava aproveitando a logística do transporte de drogas para carregar o armamento. No Brasil, as armas e as drogas eram pulverizadas para outras organizações criminosas. Percebemos a movimentação deles na véspera e conseguimos identificar o imóvel que eles usariam para receber a mercadoria", explicou o delegado Fábio Sandrin.
Agora, as investigações continuam contra outras ramificações da quadrilha. O caso foi registrado como tráfico de drogas, porte ilegal de arma e associação para o tráfico na 4ª Disccpat.