Polícia apreende coquetéis molotov antes de protesto em Porto Alegre

21 jun 2013 - 14h56
(atualizado às 15h09)
<p>Protesto realizado na noite de quinta-feira reuniu 12 mil em Porto Alegre</p>
Protesto realizado na noite de quinta-feira reuniu 12 mil em Porto Alegre
Foto: Carlos H. Ferrari / Futura Press

As autoridades de segurança do Rio Grande do Sul informaram na tarde desta sexta-feira que foi apreendido ontem um vasto material que seria utilizado para a confecção de coquetéis molotov. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado, os explosivos seriam utilizados durante a manifestação ocorrida na noite de quinta-feira, em Porto Alegre.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

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"No meio da tarde, em cumprimento a ordem judicial de busca e apreensão, apreendemos substância inflamável e material para confecção de coquetel molotov, material para pichação", disse o chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira. De acordo com o delegado, foram encontrados vários materiais com símbolos anarquistas, além de um mapa com endereços e indicação de prédios públicos, delegacias e postos policiais.

De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, foram tomadas precauções maiores para a manifestação de ontem, que permitiram verificar "que (os vândalos) tinham alvos definidos, e os indicativos de que seriam utilizados instrumentos inflamáveis", afirmou.

O comandante da Brigada Militar (Polícia Militar local), coronel Fabio Duarte Fernandes, afirmou ainda que os postos de gasolina foram orientados a ficar fechados durante a manifestação - em todo o Estado, protestos mobilizaram mais de 90,8 mil pessoas. "Foi possível confirmar a intenção dessa tática incendiária nacional, o que se confirmou durante a noite, pela intenção de incendiar vários prédios", afirmou.

A polícia investiga ainda a atuação de pessoas de outros Estados na organização do movimento, com intenção de cometer vandalismos. Também foi investigada a atuação de estrangeiros, mas isso foi descartado.

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 Ainda durante a manifestação, duas pessoas foram presas em flagrante por roubo e furto, e  15 pessoas ficaram feridas - número considerado normal pelas autoridades nesse tipo de situação.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

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A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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