Polícia encontra nota fiscal de compra de arsênio em nome de suspeita de envenenar família no RS

Deise Moura dos Anjos foi presa no dia 5 de janeiro, suspeita de ser a responsável pelo caso do bolo envenenado que matou 3 pessoas

13 jan 2025 - 16h00
(atualizado às 17h39)
Deise Moura dos Anjos foi presa pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul
Deise Moura dos Anjos foi presa pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul encontrou, no celular de Deise Moura dos Anjos, de 39 anos, uma nota fiscal em seu nome, referente a uma compra de arsênio feita pela internet. Uma imagem do documento fiscal foi obtida pela RBS TV, afiliada da Globo.

A substância é a mesma encontrada nos exames periciais da família que foi envenenada em Torres, na véspera de Natal do ano passado. Em coletiva à imprensa, realizada na última sexta-feira, 10, a polícia afirmou suspeitar que Deise tenha cometido outros homicídios e tentativas de homicídio por envenenamento.

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Uma nota fiscal em nome de Deise foi encontrada em seu celular, confirmando a compra de arsênio
Foto: Reprodução/RBS TV

Ao analisar os rastros deixados por Deise na internet, os policiais descobriram pesquisas mais antigas sobre o arsênio.

De acordo com a delegada Sabrina Deffente, a suspeita pesquisou uma receita de veneno que fosse inodora e sem gosto. Usou termos como ‘veneno’, 'veneno para matar humano’ e foi evoluindo. “Ela chega, então, numa composição química que tenta montar”, esclarece. 

A pesquisa segue até ela descobrir o arsênio, fato comprovado pela polícia ao verificar as compras feitas por Deise na internet. “A partir dessa combinação de elementos, ela começa a tentar, então, envenenar familiares”, explica. 

Isso ocorre, conforme as autoridades, até que ela chega à morte do sogro, em setembro do ano passado, inicialmente tratada como intoxicação alimentar. No entanto, após a morte de três familiares que consumiram o bolo, foi constatada a presença de arsênio também no corpo do pai de seu companheiro, exumado para perícia. Inclusive, Deise tentou evitar a exumação. 

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“Hoje eu posso dizer com certeza que ela pesquisou, comprou, recebeu e usou o veneno para matar essas vítimas”, afirmou, na ocasião da coletiva, o chefe do Departamento de Polícia do Interior (DPI) da Polícia Civil, Cleber Lima. 

Deise foi presa temporariamente no dia 5 de janeiro, sob a acusação de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno, além de tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela teria comprado a substância e colocado na farinha usada pela sogra, de 60 anos, que preparou o bolo.

As três vítimas fatais, que consumiram o bolo, são as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos.

Zeli dos Anjos, a mulher que preparou o bolo e sogra de Deise, permanece hospitalizada em estado estável. A criança de 10 anos que também ingeriu o bolo recebeu alta do hospital no último dia 3, conforme informações da Polícia Civil. O marido de Maida também comeu o doce, foi hospitalizado, mas já recebeu alta.

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Em nota à emissora, a defesa de Deise Moura dos Anjos afirma que "as declarações divulgadas na coletiva de imprensa ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso, assim a Defesa aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação."

Fonte: Redação Terra
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