Polícia entrega inquérito sobre caso Bernardo à Justiça

A Polícia Civil entregou no Fórum de Três Passos, por volta das 11h desta terça-feira, o inquérito sobre o caso Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, encontrado morto dez dias depois ter desaparecido. O documento possui pouco mais de 2 mil páginas e é dividido em 11 volumes.  

Além do inquérito também foram devolvidas outras provas recolhidas pela perícia durante as investigações. Dentre elas estão uma bicicleta de Bernardo e uma faca. 

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O advogado que defende o médico Leandro Boldrini, Jader Marques, afirmou em frente ao Fórum, por volta do meio-dia, que espera ter acesso ao inquérito ainda na tarde desta terça-feira. Ele criticou e minimizou a divulgação de trechos de escutas telefônicas que comprovariam o envolvimento de seu cliente no crime. "Algum servidor público com acesso ao material sigiloso praticou aquilo que se chama de "chicana processual": cria um fato inexistente para gerar um benefício à investigação", disse.

O defensor também solicitou a divulgação das conversas gravadas na íntegra porque, no conjunto, considera que não seriam uma prova consistente. Marques também avaliou como "muito fraco" tudo o que foi apontado como prova para comprovar o envolvimento do médico na morte do filho. "Nós estamos já há algumas semanas à espera da grande prova, a prova definitiva, aquela que vai ligar o Leandro à prática desse crime terrível e bárbaro. Eu acredito que se forem essas degravações parciais, essas conversas entre familiares e advogados, se for esta a grande prova do crime estaremos diante de algo bastante delicado", analisou, completando que considera isso como uma fragilidade absoluta.  

Agora, o Ministério Público tem cinco dias para oferecer a denúncia. A expectativa, no entanto, é que isso ocorra já na quinta-feira. 

O caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos, depois de – segundo a versão da família - dizer ao pai que passaria o fim de semana na casa de um amigo.

O corpo do garoto foi encontrado no dia 14 de abril, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens do rio Mico. Na mesma noite, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz foram presos pela suspeita de envolvimento no crime

Segundo a Polícia Civil, o menino foi dopado antes de ser morto, possivelmente com uma injeção letal. No dia 10 de maio, um quarto suspeito de envolvimento no crime foi preso: Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia. Para a polícia, indícios apontam que ele participou da ocultação de corpo do menino.

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