O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou na tarde desta terça-feira, em entrevista coletiva, que o estudante Vitor Hugo Marques, 20 anos, apresentava escoriações no lábio e marcas roxas no olho direito ao ser encontrado mais cedo, na Universidade de São Paulo (USP).
O corpo do estudante foi encontrado submerso na raia olímpica da USP e reconhecido por familiares. Morador de Osasco, na Grande São Paulo, ele foi visto pela última vez na sexta passada durante uma festa pelos 111 anos da Escola Politécnica, realizada no velódromo da universidade.
Segundo a diretora do DHPP, delegada Elisabete Sato, ainda não é possível afirmar, a partir das marcas e da aparente ausência de marcas de afogamento no corpo, que o jovem teria sido vítima de homicídio.
Mesmo assim, salientou, relatos de participantes da festa em redes sociais indicam que um jovem com descrição semelhante à do estudante teria sido retirado de forma agressiva da festa, supostamente por seguranças, e não teria mais sido visto.
"Vamos traçar um perfil do que aconteceu, ouvindo a organização da festa e a empresa de segurança que atuava até em função de informações levantadas por esses amigos. Já temos os nomes da empresa e das equipes técnicas de apoio", disse a diretora.
Ainda segundo a delegada, foi coletado material para realização de exames citológico, que informará se há ou não água nos pulmões da vítima, e toxicológico, em busca de substâncias como álcool ou drogas.
"Esses exames e a necropsia do cadáver vão nos dizer se a morte aconteceu antes ou após o Vitor chegar à raia olímpica", completou a delegada, conforme a qual as câmeras de monitoramento do campus até foram buscadas, mas não ajudarão a investigação. "Porque elas apenas monitoram, mas não gravam as imagens", constatou.
A perita Renata Gaeta, que participou da perícia onde o corpo foi encontrado, disse que não foram identificados no local vestígios que apontassem, por exemplo, que o jovem teria sido arrastado até lá.
"Foram encontradas marcas de sangue perto do local da festa, e esse material será confrontado com o a coleta de material genético que fizemos no corpo", concluiu.
Os exames têm prazo de até 30 dias para ficar prontos. Até agora, o DHPP ouviu oito pessoas, entre as quais, os pais e o irmão do estudante.