Policia Federal cumpre mandado no Tribunal de Justiça do CE

Segundo denúncia, servidores tinham esquema de venda de liminares em habeas corpus para soltar criminosos nos fins de semana

15 jun 2015 - 17h38
(atualizado às 19h24)
Documento determinou o afastamento e a busca e apreensão de documentos no gabinete do Desembargador Carlos Feitosa
Documento determinou o afastamento e a busca e apreensão de documentos no gabinete do Desembargador Carlos Feitosa
Foto: Reprodução

Na manhã desta segunda-feira (15/06) a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE). Segundo nota emitida pela assessoria do TJ-CE, três agentes federais e o Juiz Federal Gabriel José Queiroz Neto, auxiliar do Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Bejamim, estiveram acompanhando o cumprimento de mandado expedido pelo Ministro, que determinou o afastamento e a busca e apreensão de documentos no gabinete do Desembargador Carlos Feitosa.

Sem falar com a imprensa, os servidores federais levaram pastas e documentos do Tribunal, além de conduzir uma pessoa não identificada. Após as apreensões foi cumprida a determinação de afastamento do Desembargador Carlos Feitosa, também por decisão do Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Bejamim. Ainda sobre a operação, a Polícia Federal esteve em um apartamento localizado no bairro do Cocó (Fortaleza), onde confiscou documentos e notebooks.

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O Desembargador Feitosa foi empossado no cargo em maio de 2011 e atuava como titular da 30ª Vara Cível do Fórum Clóvis Beviláqua, Sua entrada no Tribunal se deu pelo critério de antiguidade. Foi eleito em abril de 2011 e substituiu a desembargadora Maria Estela Aragão Brilhante. A operação da Polícia Federal é mais um capítulo da denúncia realizada pelo então presidente do TJ-CE, Desembargador Luíz Brígido, em abril de 2014, que desembargadores, servidores do Tribunal, advogados e membros do Ministério Público estadual mantinham um esquema de venda de liminares em habeas corpus para soltar bandidos nos fins de semana. A decisão era vendida por até R$ 150 mil. De acordo com a denúncia, três desembargadores estavam envolvidos.

Por meio de nota à imprensa, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Ceará, Valdetário Andrade Monteiro, afirma que o desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido nunca enviou nenhuma prova à OAB-CE mesmo tendo sido formalizada requisição dos documentos. “Ao lançar suspeita sobre todos, sem apresentar o mínimo de provas, o desembargador pôs em dúvida a honra de todos os magistrados, advogados e membros do Ministério Público. A OAB Ceará, voz constitucional da cidadania, não poderia permitir que o assunto fosse encerrado sem uma conclusão fundamentada”, colocou o presidente que também anunciou a formalização de uma interpelação judicial com o objetivo de convocar o ex-presidente do TJ-CE para dar explicações sobre a denúncia.

Confira a Nota Oficial do TJ-CE:

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"O Tribunal de Justiça do Ceará recebeu o Juiz Federal Gabriel José Queiroz Neto, auxiliar do Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Bejamim. O magistrado veio ao Ceará para acompanhar o cumprimento de mandado expedido pelo Ministro, que determinou o afastamento e a busca e apreensão de documentos no gabinete do Desembargador Carlos Feitosa. O objeto da diligência não pôde ser revelado ante o caráter sigiloso das investigações''.

Fonte: Especial para Terra
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