Polícia identifica homem que lançou rojão que atingiu cinegrafista no RJ

Acusado de acender o artefato que vitimou fatalmente o cinegrafista da TV Bandeirantes teve a imagem reconhecida pelo primeiro suspeito, já preso

10 fev 2014 - 20h24
(atualizado às 21h01)
Segundo delegado, caso fique comprovado que suspeitos agiam em bando organizado, ambos podem ser acusados também por formação de quadrilha
Segundo delegado, caso fique comprovado que suspeitos agiam em bando organizado, ambos podem ser acusados também por formação de quadrilha
Foto: Daniel Ramalho / Terra

A Polícia Civil do Rio de Janeiro já tem o nome, endereço, idade e perfil do suspeito de acender o artefato explosivo que vitimou o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, que morreu nesta segunda-feira, três dias depois de ser atingido por um rojão na manifestação contra o aumento da tarifa dos ônibus, no Rio de Janeiro. De acordo com o delegado titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão), Maurício Luciano, todas as informações a seu respeito serão divulgadas tão logo o poder judiciário conceda nas próximas horas o pedido de prisão preventiva, de 30 dias. 

O rosto do suspeito foi reconhecido por Fábio Raposo, 22 anos, detido no último final de semana por ter supostamente passado para este indivíduo o artefato que vitimou fatalmente o repórter cinematográfico. Ao contrário da primeira versão, Raposo, preso no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado, que “eles se encontravam em manifestações e que esse rapaz tem perfil violento.” “Aquele cara que tem função de briga, agressão, de instigar”, afirmou ainda Maurício Luciano. “Não foi um atentado à liberdade, o que se procurou foi atingir as forças policiais que vinham daquele lado. O Santiago ficou na linha de tiro”, completou.

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Com a morte de Santiago, o indiciamento tanto deste suspeito, quanto o de Fábio Raposo, passará para homicídio doloso qualificado com uso de artefato explosivo, mais crime de explosão. Se ficar comprovado que eles agiam em bando organizado, ambos podem ser acusados ainda de formação de quadrilha, o que pode elevar a pena máximo para até 40 anos de reclusão. 

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Além de uma foto, Fábio Raposo também reconheceu, na visita dos agentes da Polícia Civil ao complexo de Gericinó, a imagem do suspeito em um vídeo da TV Bandeirantes, divulgado também nesta segunda-feira. “Nós tínhamos um vídeo e ele diz que a pessoa é a mesma. A gente está mapeando os passos dele. Vamos encaminhar o pedido de prisão preventiva hoje ainda”, completou Luciano. 

Mais cedo, o advogado de Raposo, Jonas Tadeu Nunes, afirmou que já havia passado ao delegado titular o nome e o CPF deste homem que acendeu o artefato. Maurício Luciano explicou em coletiva de imprensa aos jornalistas, já na noite desta segunda-feira, que “o advogado apenas reforçou uma suspeita que nós já tínhamos. O reconhecimento do fato foi fundamental, aí tivemos a convicção”. 

A questão da delação premiada para Raposo, no entanto, é algo que será apreciado apenas no momento do julgamento. “Caberá ao Judiciário. Se ele for beneficiado, será apenas na pena, na dosimetria. A situação dele é a mesma do início”, explicou o delegado.

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Ainda de acordo com o delegado, na ficha criminal do procurado consta uma passagem como vítima de manifestação, quando o ativista diz ter sido agredido pelas forças de segurança e fez queixa disso, e outra como detido em ato, cuja data não foi divulgada.

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Santiago foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento do preço do ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação. 

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De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no início da tarde do dia 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital, onde ficou internado no Centro de Terapia Intensiva desde a noite do dia 6.

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O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

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O tatuador ajudou a polícia a reconhecer um segundo responsável pelo disparo do artefato que causou a morte do cinegrafista. Raposo, preso no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado, que “eles se encontravam em manifestações e que esse rapaz tem perfil violento.”

Fonte: Terra
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