Polícia investiga possível 'olheiro' do PCC no mesmo voo de delator morto em aeroporto

Autoridades passarão um 'pente fino' na lista de passageiros do mesmo voo de Antonio Vinicius Gritzbach

12 nov 2024 - 20h08
(atualizado às 23h53)
Empresário foi morto no Aeroporto de Guarulhos.
Empresário foi morto no Aeroporto de Guarulhos.
Foto: Italo Lo Re /Estadao / Estadão

Uma das linhas de investigação que apura a execução do delator do PCC Antonio Vinícius Lopes Gritzbach trabalha com a hipótese de que um integrante da facção criminosa pudesse estar acompanhando os passos do delator, inclusive dentro do voo que o trouxe de Maceió (AL) a São Paulo. Ele foi morto enquanto saia do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na sexta-feira, 8. 

A possibilidade da existência de um 'olheiro' da facção foi levantada a partir da troca de informações entre a Polícia Federal, Polícia Civil e promotores do Ministério Público. As autoridades passarão um 'pente fino' na lista de passageiros que estava no mesmo voo de Gritzbach

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Há a suspeita, ainda, de que integrantes do PCC pudessem estar monitorando a trajetória do delator na viagem, em Maceió, e em sua volta a São Paulo. As informações são da GloboNews.

A função do 'olheiro' seria a de certificar que Gritzbach tinha chegado em Guarulhos e identificar o momento em que ele deixaria o Terminal 2 do aeroporto, destinado a voos domésticos. Para a polícia, há indícios de que a execução foi planejada em detalhes, para que não houvesse falha. 

Portanto, serão analisados os passageiros embarcados no voo de Maceió, com destino a Guarulhos. À polícia de Alagoas, a equipe solicitou apoio do setor de inteligência para identificar o trajeto, locais visitados e pessoas com quem Gritzbach pudesse ter se encontrado no Estado. 

O grupo analisará, ainda, imagens de circuitos de monitoramento, de trânsito, da orla de Maceió, e de hotéis. 

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Veja a cronologia e o que se sabe até aqui sobre o ataque a delator do PCC em Guarulhos
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SSP cria força-tarefa para investigar assassinato

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo instituiu, nesta segunda-feira, 11, uma força-tarefa para investigar a execução do delator do PCC Antonio Vinicius Lopes Gritzbach.

As informações foram repassadas pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, durante enrevista coletiva na sede da SSP, na tarde desta segunda. Segundo Derrite, o objetivo do grupo é cooperar diretamente com o Ministério Público e atuar para dar uma resposta rápida sobre o crime.

O chefe da pasta informou que o grupo atuará sob coordenação do secretário executivo de Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves. Além de Gonçalves, participarão as seguintes autoridades no colegiado: 

  • Caetano Paulo Filho, delegado de Polícia, Diretor do DIPOL;
  • Ivalda Oliveira Aleixo, delegada de Polícia, Diretora do DHPP;
  • Pedro Luís de Souza Lopes, coronel da PM, Chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar;
  • Fábio Sérgio do Amaral, coronel PM, Corregedor da Polícia Militar;
  • Karin Kawakami de Vicente, perita Criminal de Classe Especial.

Derrite informou, também, que ação contará com a colaboração da Polícia Federal para a elaboração do inquérito. Para a força-tarefa, foi assinada a resolução SSP 64/2024.

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O decreto prevê que o grupo deverá responder pelo “compartilhamento de informações necessárias ao cumprimento de suas atribuições e, caso necessário, colaborando de forma complementar com autoridades federais, sem prejuízo da condução principal das investigações pelo Estado”.

Cúpula da segurança pública de SP anuncia força-tarefa para investigar crime no Aeroporto de Guarulhos.
Foto: Marcelo Godoy/Estadão / Estadão

A força-tarefa também fica incumbida de “informar periodicamente o secretário da Segurança Pública sobre a evolução dos trabalhos, com relatórios apresentados semanalmente e sempre que o avanço das investigações demandar atualização imediata”.

"O objetivo é, de fato, identificar, qualificar e prender esses criminosos que cometeram esse assassinato contra esse indivíduo, que foi investigado em outros inquéritos e era réu em um duplo homicídio", informou Derrite à imprensa.

Gritzbach voltava de viagem quando foi baleado no Aeroporto de Guarulhos; câmeras registraram a ação dos criminosos.
Foto: Polícia Civil/Divulgação / Estadão

Como foi a execução do empresário

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos. Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator.

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O ataque ocorreu por volta das 16h, e os atiradores estavam com o carro estacionado, à espera da vítima. Uma dupla de criminosos realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido por dez tiros de fuzil, que transfixaram seu corpo.

O delator voltava de viagem com a quando foi atacado a tiros. As imagens das câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos mostram Gritzbach levando uma mala de rodinhas quando é surpreendido pelos atiradores. Ele tenta fugir, é atingido pelos disparos e cai perto da faixa de pedestres. É possível ver outras pessoas correndo por causa do tiroteio.

*Com informações de Estadão Conteúdo.

Fonte: Redação Terra
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