Uma grande operação contra uma quadrilha de agiotas do Rio de Janeiro foi deflagrada na manhã desta quarta-feira pelo Ministério Público e pela Polícia Militar. Em todo o Estado, a operação, chamada de Lucro Fácil, tenta cumprir 41 mandados de prisão preventiva (incluindo de dois policiais civis e um militar) e 72 mandados de busca e apreensão. Um homem apontado como chefe da quadrilha já foi preso em uma mansão em Niterói.
De acordo com o MP, o grupo atuava em escritórios espalhados por Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias, Macaé, Campos, Barra Mansa, Queimados, Parati, Itaguaí e Nova Iguaçu oferecendo empréstimos com juros superiores aos 30% mensais. As cobranças eram feitas através de extorsão, roubo e ameaça física a devedores e familiares.
Os empréstimos eram concedidos sem nenhum exigência de garantia, mas a vítima fornecia documentos pessoais, contra-cheques, comprovantes de residência e contatos de parentes e vizinhos. Os agiotas ainda as obrigavam a assinarem notas promissórias. Os empréstimos eram, então, registrados em uma espécie de central onde cada um recebia um codinome de identificação como “Marte, “Mercúrio”, “Saturno”, “Júpiter”, “Terra”, “Plutão”, “Sardinha”, “Tainha” e “Garoupa”.
Quando a vítima tentava pagar, era induzida a pagar apenas os juros, para que se pudessem somar mais juros no mês seguinte e perpetuar as dívidas.