A polícia prendeu nesta quarta-feira três suspeitos de terem ateado fogo em seis ônibus coletivos, no último domingo, em Sinop (MT), a mando de detentos do presídio Ferrugem. Os presos assumiram o atentado, alegando que agiram assim para denunciar o sistema de revista e maus tratos de agentes prisionais na unidade prisional.
Os investigadores chegaram aos suspeitos através das imagens da câmera de segurança instalada em um posto de combustível da cidade, próximo ao terminal onde os veículos foram incinerados. Na análise das imagens, os policiais identificaram Everaldo Vasquez, 26 anos, comprando combustível e o armazenando em um galão. A partir daí, começaram as diligências para prendê-lo. Quando o encontraram, ele estava em uma casa, com Jean Silva Barbosa e Francisco Farias Vasconcelos, que também foram detidos.
Com os acusados, a polícia encontrou quatro bananas de dinamite. Eles responderão por posse de explosivos. A polícia também encontrou na residência armas ilegais - dois revólveres calibre 38, além de munições de vários calibres -, além de três quilos de maconha e quatro quilos de pasta base de cocaína. Por conta disso, eles também vão responder por tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico e posse ilegal de arma. Os três suspeitos foram levados à Delegacia de Polícia, onde foram interrogados.
Na madrugada dessa quarta-feira, mais dois ônibus foram incendiados, em Peixoto de Azevedo, que fica a 180 quilômetros de Sinop. A polícia não confirmou, porém, se há relação entre os dois atentados.
Para debelar a crise no Presídio Ferrugem, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) transferiu oito detentos, suspeitos de terem articulado os incêndios em Sinop. Eles foram encaminhados para presídios federais, fora do Estado.
Há dois inquéritos em andamento apurando os atentados, uma em Sinop e outro em Peixoto de Azevedo. A perícia técnica analisa material coletado no local dos incêndios.
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