A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado do Maranhão informou na noite deste sábado que oito pessoas foram presas desde sexta-feira por ataques ocorridos em São Luís. De acordo com a SSP, um adolescente também foi apreendido. Eles serão apresentados neste domingo, às 11h, na sede da SSP.
Entre os presos, está o suspeito de comandar as ações, Hilton John Alves Araújo, 27 anos, conhecido como “Praguinha”, condenado a 20 anos em regime fechado, por crime de homicídio.
Praguinha esteve foragido no ano de 2012, quando recebeu da Justiça o benefício de indulto de Natal e não retornou à Penitenciária de Pedrinhas. A polícia conseguiu prender Hilton Araújo novamente em janeiro de 2013, mas em outubro passado a Justiça concedeu a ele, mais uma vez, a liberdade – deu ordem de soltura por considerar que havia decurso de prazo (morosidade) no recurso interposto contra sua condenação.
A SSP também informou que já foi identificado o preso que, de dentro do Complexo Penitenciário, deu a ordem para as ações na noite de sexta-feira. Trata-se de Jorge Henrique Amorim Martins, 21 anos, conhecido como “Dragão”, preso em flagrante no dia 27 de dezembro de 2012, por roubo qualificado.
De acordo com o governo do Estado, o efetivo das polícias Civil e Militar foi aumentado e e haverá uma série de operações sendo desencadeadas a partir de hoje, sem previsão de término.
As medidas foram discutidas durante reunião realizada no gabinete do secretário de Segurança Pública, Aluisio Mendes, com a presença da cúpula das Polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros, visando inibir e combater as ações criminosas registradas na noite da última sexta-feira em quatro bairros da capital.
“As ações que estão sendo deflagradas são uma estratégia de estabilização dessa situação que houve na noite de ontem. Temos informações comprovadas do Setor de Inteligência Policial de que esses ataques são uma resposta ao sistema de moralização e de retomada da disciplina do Sistema Penitenciário, determinado pela governadora Roseana Sarney. É uma ação que vai continuar ocorrendo, para que não haja mais mortes nas unidades prisionais do Estado”, disse Aluisio Mendes.
Por determinação do secretário de Segurança, as forças policiais estão distribuídas em todas as regiões cidade para garantir a tranquilidade da população. Na análise do Sistema de Segurança, essas ações são uma tentativa de reação às medidas adotadas pelo Governo Estadual por meio da Polícia Militar, visando disciplinar, organizar e combater a criminalidade nas unidades prisionais da capital.
A Polícia Civil ampliará suas equipes nos quatro plantões da capital, bem como da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic). O Serviço de Inteligência, com apoio de homens do Batalhão de Choque, de todas as unidades e de duas aeronaves do Grupo Tático Aéreo (GTA), desenvolverá ações e operações de modo a ocupar toda a grande São Luís.
Além das medidas de aumento no efetivo, deflagração de operações simultâneas em pontos estratégicos, equipes do Corpo de Bombeiros também estarão espalhadas em vários pontos de São Luís com uma ação de prevenção a novos episódios que ocorram. “Todo o sistema de segurança está mobilizado de uma forma mais intensa e presente para coibir estes crimes,” afirmou o secretário.
Presídios
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Aldimar Zanoni Porto, garantiu que os trabalhos dentro dos presídios de Pedrinhas irão continuar. “Vamos dar continuidade às atividades de revista, patrulhamento e presença permanente de guarnições da PM nas unidades prisionais. Nosso foco é restabelecer a ordem e a disciplina de maneira coerente, para que os internos possam ter sua integridade física preservada e assim, evitando que ocorram novos homicídios nestes locais”, disse.
Ele afirmou, ainda, que desde a noite de sexta-feira todos os batalhões já intensificaram as ações, aumentando o número de abordagens e prisões, a fim de retirar armas de circulação, recuperar veículos roubados e prender bandidos.
O sistema prisional do Maranhão é alvo de uma crise que veio à tona em outubro, após rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o maior do estado. No local, somente este ano, duas mortes foram registradas.
Ocorrências
De acordo com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), foram registrados quatro episódios envolvendo ônibus coletivo. O primeiro ocorreu no bairro do João Paulo, onde cerca de cinco elementos interceptaram o veículo, mandaram os passageiros descerem e atearam fogo.
Houve também ataques na Vila Sarney, Ilhinha e uma tentativa no Jardim América. Em todas as ocorrências, as polícias Militar, Civil e o Corpo de Bombeiros foram acionados. O 9º Distrito Policial (São Francisco) também foi alvo dos bandidos.