Policiais do Rio treinam com FBI e polícia dos EUA para Copa

15 mai 2014 - 17h47
(atualizado às 20h03)
Policiais participam de treinamento para a Copa do Mundo de Futebol, no Rio de Janeiro
Policiais participam de treinamento para a Copa do Mundo de Futebol, no Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Um treinamento oferecido por agentes americanos do Serviço Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês), pela polícia de Los Angeles e pela de Chicago está ajudando policiais do Rio de Janeiro a aperfeiçoar detalhes na maneira de atuar em caso de distúrbios civis durante a Copa do Mundo de Futebol. Nesta quinta-feira, policiais militares e civis fizeram uma demonstração de táticas de aproximação e contenção de manifestante dentro do Batalhão de Choque, no Rio de Janeiro. Para os jornalistas, eles simularam a detenção de um manifestante, que jogou um tênis contra PMs. Os policiais usaram bomba de efeito moral e fizeram cerco em redor da pessoa que interpretava um manifestante, mas não dispararam.

O curso da polícia americana está sendo oferecido a cerca de 40 PMs, policiais civis, guardas municipais e bombeiros nesta semana. Com carga horária de 40 horas, o treinamento começou na segunda-feira, se encerra na sexta, e é composto por aulas sobre gestão e controle de multidões, distúrbios civis, estratégias de planejamento, tomada de decisão, uso da força e de inteligência para identificar atos e autores de vandalismo.

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Segundo o comandante do Batalhão de Choque da PM do Rio, André Luiz Araújo Vidal, a ideia não é, a poucos dias da Copa, fazer grandes mudanças na maneira da corporação atuar.

"A gente não vai, em cima da Copa, mudar a maneira de atuar no terreno. A ideia não é mudar práticas de ação de controle de distúrbio e sim aprimorar alguns detalhes. O bom profissional se faz no detalhe. A gente aperfeiçoa um detalhe ou outro, mas em sua maioria, a gente está pronto para a Copa", disse o comandante.

Cursos como esse já estão sendo realizados desde 2011, em convênio com a Embaixada dos Estados Unidos e também com a da Espanha, e já capacitaram 4.520 profissionais, em sua maioria PMs. Nesta semana, dos 40 que estão sendo treinados, 27 são policiais militares do Batalhão de Choque.

Segundo o comandante do Batalhão de Choque, o objetivo da ação da PM em possíveis protestos durante a Copa é "conduzir sem lesionar, tirando a agressividade dos manifestantes". Questionado sobre a possibilidade de aconteceram manifestações durante os jogos, o comandante disse que atos ilegais serão coibidos. "Nosso povo é ordeiro. Quem produz esses atos são exceções são um grupo que estatisticamente não é significativo. Quem produzir algum ato ilegal vai ser preso", afirmou o comandante.

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André Vidal lembrou que nos Estados Unidos a legislação é diferente da brasileira e, quando sofrem agressões por parte de manifestantes, os policiais lá costumam usar armas letais. Isso, segundo ele, não acontece no Brasil, pois os policiais usam armamento não letal.

Polícia do Rio treina com FBI e polícia dos EUA para a Copa
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No treinamento, os policiais da Polícia Técnica Científica aprenderam técnicas de como identificar fraudes em documentos, para agir em caso de suspeita de ingressos dos jogos da Copa falsificados. Policiais civis tiveram aulas de técnicas investigativas e bombeiros sobre resgate de pessoas feridas.

De acordo com a secretária de Educação, Valorização, e Prevenção da Secretaria de Segurança Pública do Rio, Juliana Barrosos, o objetivo do treinamento, que tem teoria e prática, é dar mais condições aos policiais para tomarem decisões em grandes eventos, não apenas na Copa, mas também em outros momentos, como nas Olimpíadas. "Nem tudo que eles fazem em outros países dá para ser usado. Mas vamos ver o que pode ser usado em comum por nossas três forças", afirmou a secretária, que disse que o treinamento foi pactuado antes das manifestações populares de junho de 2013.

Fonte: Terra
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