PM que matou turista espanhola recebe liberdade provisória

24 out 2017 - 15h59
(atualizado às 16h17)

O tenente da Polícia Militar que efetuou o disparo que matou uma turista espanhola na favela carioca da Rocinha recebeu liberdade provisória, nesta terça-feira, em audiência de custódia no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas foi afastado das ruas e responderá por homicídio, informou a corte.

Veículos da polícia na frente do Hospital Miguel Couto, onde o corpo da turista espanhola foi levado, no Rio de Janeiro
Veículos da polícia na frente do Hospital Miguel Couto, onde o corpo da turista espanhola foi levado, no Rio de Janeiro
Foto: Reuters

O tenente foi preso na segunda-feira junto a outro policial militar depois que uma espanhola de 67 anos foi morta dentro de um carro particular cujo motorista não atendeu a uma ordem dos policiais para parar em uma blitz em um ponto da favela, o que levou os policiais a abrirem fogo contra o carro, segundo a PM. O outro policial preso já havia sido solto.

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De acordo com a Polícia Militar, os PMs envolvidos no caso não respeitaram os procedimentos que devem ser usados em casos em que veículos desobedecem ordens de parada feitas por policiais. A Corregedoria da PM abriu um inquérito.

Em audiência de custódia realizada nesta terça-feira no TJRJ, o juiz Juarez Costa de Andrade argumentou que não há justificativa para a manutenção da prisão.

"Neste contexto, se, de um lado, o trágico acontecimento repercutiu nesta capital e no mundo, fato é que o custodiado estava trabalhando, possui imaculada ficha funcional, não havendo indícios de que solto possa reiterar o comportamento criminoso ocorrido à luz do dia", afirmou o juiz na decisão, acrescentando que o PM deve ser afastado do exercício de policiamento ostensivo, além de ficar proibido de manter contato com testemunhas, inclusive com colegas que participavam da ação na Rocinha.

A Rocinha, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, tem vivido há mais de um mês confrontos violentos devido a uma disputa entre traficantes rivais.

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As Forças Armadas já foram acionadas para intervir na comunidade duas vezes nesse período, mas nem as tropas federais nem as forças de segurança do Estado conseguiram controlar a situação.

Antes da morte da turista espanhola, dois policiais militares ficaram feridos em um confronto com suspeitos dentro da favela também na segunda-feira. Desde o início da disputa pelo comando do tráfico de drogas na Rocinha, ao menos 11 pessoas morreram em virtude da disputa.

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