Mais de 100 pessoas são feridas em ação da PM no Paraná

Policiais avançaram utilizando balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e jatos d’água sobre manifestantes

29 abr 2015 - 16h42
(atualizado às 22h17)
Manifestantes se exaltaram e os policiais avançaram utilizando balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e jatos d’água
Manifestantes se exaltaram e os policiais avançaram utilizando balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e jatos d’água
Foto: CUT-PR / Divulgação

A Polícia Militar do Paraná entrou em confronto com os manifestantes que cercam desde a última segunda-feira (27) a Assembleia Legislativa do estado em protesto contra a votação do projeto que altera o plano de previdência dos servidores estaduais. Desde que uma decisão judicial em favor da presidência da Assembleia impediu a entrada de servidores para acompanhar a sessão, o Legislativo está cercado por policiais militares e os manifestantes, na maioria professores da rede estadual, concentrados na praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao prédio da Assembleia. Por volta das 14h30 desta quarta-feira (29), quando foi aberta a sessão plenária que deverá votar o projeto em segunda discussão, teve início o confronto.

Manifestantes e policiais entram em confronto na Alep
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Os manifestantes se exaltaram e os policiais avançaram utilizando balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e jatos d’água. Há relatos de mais de 170 feridos. A Guarda Municipal de Curitiba diz ter atendido mais de 50 feridos no local até as 16h desta quarta. A prefeitura fala em 130 pessoas. Apesar da situação fora de controle do lado de fora e dos apelos de diversos deputados, o presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), determinou a continuidade da sessão plenária. "Nós estamos aqui em uma sessão normal. Fora da Assembleia é questão da Secretaria de Segurança Pública", diz Ademar Traiano. 

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Guarda Municipal de Curitiba diz ter atendido mais de 50 feridos no local até as 16h desta quarta
Foto: CUT-PR / Divulgação

Em greve, os professores estão na frente da Assembleia desde segunda-feira, protestando contra o projeto que, segundo eles, permite ao governo usar recursos da previdência para outras finalidades, por conta da crise econômica que o Estado atravessa. O governo Beto Richa (PSDB) já tentou aprovar a medida em fevereiro, mas os manifestantes ocuparam a Assembleia e evitaram sua votação. O tema foi retirado de pauta e, dois meses depois, reapresentado pelo Executivo com algumas alterações.

Em greve, os professores estão na frente da Assembleia desde segunda-feira
Foto: CUT-PR / Divulgação

Desde segunda-feira, houve vários momentos de confronto, inclusive de madrugada (os professores estão acampados na praça). Mas a situação saiu de controle nesta tarde, quando a PM avançou no momento em que teve início a sessão. A polícia lançou bombas por pelo menos uma hora e 20 minutos ininterruptos para tentar dispersar os manifestantes.

Até as 16h15, houve 34 pessoas encaminhadas ao hospital e mais de 100 atendimentos
Foto: CUT-PR / Divulgação

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) liberou os funcionários e autorizou a utilização do prédio da administração municipal para o atendimento aos feridos. Ele disse que, até as 16h15, houve 34 pessoas encaminhadas ao hospital e mais de 100 atendimentos. Em contraponto, a polícia afirma que 20 policiais e apenas quatro manifestantes foram feridos durante o conflito. A Secretaria de Segurança pública afirma que 13 pessoas foram presas.

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Apesar da situação fora de controle do lado de fora e dos apelos de diversos deputados, o presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), determinou a continuidade da sessão plenária
Foto: CUT-PR / Divulgação

“O Centro Cívico virou uma praça de guerra. Os professores e os servidores públicos estão sendo esmagados pela forças de segurança do governo. Nunca vi tamanha covardia em toda a minha vida. Os policiais devem estar contrariados por ter que obedecer ordens que quebram o estado democrático de direito. O senhor governador Beto Richa perdeu completamente a noção do certo e do errado. O ódio está vencendo a liberdade de expressão”, deputado Ney Leprevost (PSD), que apoiou a reeleição de Beto Richa e que tem um correligionário, Eduardo Sciarra (PSD) como chefe da Casa Civil do governo.

Fonte: Especial para Terra
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