Preso desaparece no maior presídio do Maranhão

A polícia trabalha com as hipóteses de Rafael Alberto Gomes ter fugido ou sido morto, e o corpo escondido dentro do próprio Complexo Penitenciário de Pedrinhas

8 ago 2014 - 19h22
(atualizado às 19h23)

Depois de ser palco de motins, tentativas de fuga, brigas e do assassinato de pelo menos 14 presos só este ano, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), registrou seu primeiro caso de desaparecimento em 2014.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a secretaria estadual de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informou que Rafael Alberto Libório Gomes, 23 anos, desapareceu de uma cela do Bloco A do presídio na última quinta-feira.

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Também conhecido por "Rafa" ou "Filho do Arrupiado”, Gomes é citado em processos que tramitam na Justiça maranhense nos quais diversos réus respondem, conforme sua participação, por homicídio, roubo, furto qualificado, formação de quadrilha ou bando e receptação.

A secretaria disse estar “fazendo diligências internas” para, com o apoio da Polícia Civil e do Serviço de Inteligência Penitenciária, esclarecer o possível desaparecimento. A polícia trabalha com duas hipóteses: Gomes conseguiu fugir ou foi morto e seu corpo, escondido.

Nas redes sociais, alguns amigos de Gomes parecem não ter dúvidas quanto à morte do detento. “Vai deixar saudade mano. Quem está de luto aqui nem chega a respirar! Deus, quando essa guerra vai acabar? Mais um moleque de um milhão morrendo [no crime]”, escreveu um deles esta manhã.

"Só nos resta a certeza de que estará para sempre em nossos corações. Rafael, fica com Deus, espero que esteja nos braços dele", postou outro amigo de Gomes. 

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Esta é a segunda vez que o desaparecimento de um interno de Pedrinhas vem a público. Em abril de 2013, o detento Ronalton Silva Rabelo também foi declarado desaparecido. O caso nunca foi esclarecido.

Maior estabelecimento prisional do Maranhão, o Complexo de Pedrinhas está superlotado e é palco da disputa entre facções criminosas que brigam pelo controle do tráfico de drogas no estado. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, pelo menos 60 detentos morreram na unidade em 2013.

Foi de dentro do presídio de Pedrinhas que partiram as ordens para que bandidos atacassem delegacias da região metropolitana da capital maranhense e ateassem fogo a ônibus, no início de janeiro deste ano. Em um dos cinco ônibus incendiados estava a menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos, que teve queimaduras em 95% do corpo e morreu dois dias depois.

Agência Brasil
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