Preso no Caso Marielle Franco, ex-bombeiro movimentou R$ 5,3 milhões em 3 meses, diz jornal

Maxwell Simões é apontado como pessoa que monitorou os passos da vereadora, além de ter se desfeito de provas e do carro usado no crime

26 jul 2023 - 14h40
(atualizado em 11/12/2023 às 15h00)
Maxwell Simões Corrêa é acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco
Maxwell Simões Corrêa é acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco
Foto: Reprodução/TV Globo

O ex-bombeiro Maxwell Simões, o Suel, preso na última segunda-feira, 24, sob suspeita de participação na morte da vereadora Marielle Franco, apresentou movimentações financeiras incompatíveis com o seu salário, de acordo com informações da Polícia Federal (PF). 

Com base em dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), um levantamento detalhado feito pelo jornal O Globo mostrou que cerca de R$ 6,4 milhões foram movimentados nas contas bancárias vinculadas ao ex-bombeiro no período de 2019 a 2021.

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Uma parte desse montante foi movimentada por uma empresa associada a Maxwell, nos 3 meses posteriores ao crime de Marielle Franco e Anderson Gomes.

De acordo com a PF, Maxwell, apontado como cúmplice do ex-PM Ronnie Lessa, recebia um salário mensal de R$ 10 mil como bombeiro. Porém, em um período compreendido entre 12 de março de 2019 e 13 de outubro de 2021, ele efetuou pagamentos que totalizaram R$ 567 mil.

Nesse mesmo intervalo, houve depósitos no valor de R$ 569 mil em sua conta bancária pessoal, conforme consta no relatório. A soma total dessas movimentações atinge a quantia de R$ 1,1 milhão. 

Além das movimentações suspeitas em suas contas bancárias, em 2021, Maxwell também chamou a atenção da PF ao se tornar sócio da empresa Rohden Imports, criada naquele mesmo ano.

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As autoridades estão investigando a possibilidade de que essa empresa tenha sido utilizada para fins de lavagem de dinheiro. Em um curto período de apenas 3 meses, a Rohden Imports movimentou o montante de R$ 5,3 milhões.

O estabelecimento localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, inicialmente voltado para o comércio varejista de veículos, tinha como sócios o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa e Edilaine Rohden. 

Contudo, em maio deste ano, a sociedade foi desfeita, e a empresa passou a ser exclusivamente de propriedade de Maxwell. Na ocasião, o empreendimento também passou por uma alteração no nome, sendo renomeado para Maxxspeed Automóveis. 

Ligação com milícia e estelionatários

O relatório da PF também relevou movimentações financeiras de Maxwell com pessoas que possuem histórico de prisões e condenações por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e envolvimento com grupos milicianos.

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Durante o período entre julho de 2021 e março de 2022, Maxwell recebeu a quantia de R$ 142,3 mil de Fábio Marques Nobre de Almeida, um ex-policial que já foi preso em 2011 e condenado por envolvimento com milícias. 

Segundo registros do Coaf, também foi identificado o recebimento de R$ 132 mil de Carla Oliveira de Melo por Edilaine Rohden, até então sócia de Maxwell.

Carla foi presa em 2021 por envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Vida de luxo

Durante a investigação, foram encontrados em nome do ex-bombeiro ao menos 4 veículos, incluindo um Fiat Palio EX de 2001, um Ford Ecosport de 2014, um Jeep Cherokee Sport de 1901 e uma Honda PCX150 de 2018.

Em junho de 2020, durante a Operação Submersus, foi constatado que Suel utilizava uma BMW X6, avaliada em R$ 170 mil, registrada em nome de uma das suas empresas.

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Fonte: Redação Terra
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